ATA DA VIGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 16-4-2003.
Aos dezesseis dias do mês de abril de dois mil e
três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos
Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes,
Maria Celeste, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo e Zé Valdir.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos
Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Maristela Maffei,
Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Valdir Caetano e Wilton
Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da
Décima Nona Sessão Ordinária e da Segunda Sessão Solene, que foram aprovadas. À
MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, 02 Pedidos de Providências
e os Pedidos de Informações n°s 070, 071 e 072/03 (Processos n°s 1755, 1830 e
1831/03, respectivamente); pelos Vereadores Beto Moesch e Darci Campani, o
Projeto de Lei do Legislativo n° 062/03 (Processo n° 1752/03); pelo Vereador
Carlos Alberto Garcia, o Projeto de Lei do Legislativo n° 042/03 (Processo n°
1492/03; pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo n°
059/03 (Processo n° 1727/03); pelo Vereador Darci Campani, o Projeto de Lei do
Legislativo n° 057/03 (Processo n° 1691/03); pelo Vereador Dr. Goulart, 02
Pedidos de Providências; pelo Vereador Elias Vidal, 05 Pedidos de Providências
e os Projetos de Lei do Legislativo n°s 058 e 063/03 (Processos n°s 1696 e
1753/03, respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, 16 Pedidos de
Providências; pelo Vereador João Antonio Dib, 01 Pedido de Providências; pelo
Vereador Luiz Braz, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Nereu D’Avila, o
Projeto de Lei do Legislativo n° 009/03 (Processo n° 0654/03); pelos Vereadores
Raul Carrion e Clênia Maranhão, o Projeto de Resolução n° 001/03 (Processo n°
0001/03); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 02 Pedidos de Providências e o Pedido
de Informações n° 074/03 (Processo n° 1843/03); pelo Vereador Sebastião Melo,
01 Pedido de Providências e os Pedidos de Informações n°s 059, 065, 066, 067,
069 e 073/03 (Processos n°s 1561, 1706, 1731, 1732, 1754 e 1832/03,
respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo n° 043/03 (Processo n°
1538/03); pelo Vereador Zé Valdir, os Projetos de Resolução n°s 030 e 034/03
(Processos n°s 1461 e 1578/03, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofícios n°s 001/03, do Vereador Oracildo Domingos, Presidente da Câmara
Municipal de Santo Antônio da Patru-lha – RS; 001/03, do Vereador Jacir João de
Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Capela de Santana – RS; 001/03, do
Vereador Jovenal Marques de Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Soledade
– RS; 001/03, do Vereador Antonio Avelino Ferreira, Presidente da Câmara
Municipal de Independência – RS; 001/03, do Vereador João Renildo Machado da
Silva, Presidente da Câmara Municipal de Tavares – RS; 004/03, do Vereador
Carlos Alberto Mac Cord Lanes, Presidente da Câmara Municipal de São Gabriel –
RS; 005/03, do Vereador Pedro Godinho da Silva, 1° Vice-Presidente da Câmara
Municipal de Pelotas – RS. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença
do Senhor Aldo Vivian e do Padre Olavo Moesch, respectivamente Presidente do
Conselho Paroquial e Pároco da Igreja São Jorge, convidando Sua Senhoria e Sua
Reverência a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra ao Padre
Olavo Moesch, que procedeu à divulgação da Festa de São Jorge, a ser realizada
do dia vinte e três ao dia vinte e sete de abril do corrente, informando os
eventos constantes da programação do evento e mencionando que o mesmo marcará o
cinqüentenário dessa festa. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Vereador Carlos Alberto Garcia que, em nome da Câmara Municipal de Porto
Alegre, saudou os visitantes. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Edmundo Füller, 1° Secretário do Centro
dos Moradores do Bairro Rio Branco, que externou sua contrariedade aos termos
do Projeto de Lei do Executivo n° 078/02 (Processo n° 3653/02), que autoriza a
permuta entre imóvel próprio municipal e quatro imóveis de propriedade da
Maiojama Participações Limitada, criticando disposições constantes no Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental – PDDUA – e afirmando que o mesmo
está causando um superdimensionamento do regime urbanístico de determinadas
áreas da Cidade. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Sebastião Melo, Isaac Ainhorn, Carlos Pestana, Luiz Braz, Raul
Carrion, Reginaldo Pujol, Carlos Alberto Garcia e Beto Moesch manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, a Vereadora Maria
Celeste manifestou-se sobre o teor de cartaz apresentado pelo Senhor Edmundo
Füller durante seu pronunciamento. Ainda, o Vereador João Antonio Dib,
presidindo os trabalhos, determinou a juntada, aos autos do Projeto de Lei do
Executivo n° 078/02 (Processo n° 3653/02), dos apanhados taquigráficos
referentes ao pronunciamento do Senhor Edmundo Füller e dos Senhores Vereadores
que se manifestaram a respeito do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na
ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e dos professores
Andréa Bandeira e Cláudio da Rosa, da Escola Estadual de Ensino Fundamental
Edgar Luiz Schneider, informando que Suas Senhorias comparecem a este
Legislativo para participarem do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo
Memorial da Casa junto a escolas e entidades de Porto Alegre e da Região
Metropolitana. Em continuidade, nos termos do artigo 94, § 1°, “g”, do
Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Pedro Américo
Leal, que relatou a participação de Sua Excelência, em Representação Externa
deste Legislativo, na cerimônia de inauguração do novo prédio da Coordenadoria
Geral de Vigilância em Saúde, ocorrida no dia quatorze de abril do corrente.
Ainda, o Vereador Aldacir Oliboni convidou os presentes para participarem da
43ª Procissão do Morro da Cruz, a ser realizada no dia dezoito da abril do
corrente. Na oportunidade, constatada a existência de quórum, foram aprovados
os seguintes Requerimentos: de n° 080/03 (Processo n° 1800/03 – Período de
Comunicações destinado a homenagear o Bloco Afro Odomodê), de autoria da
Vereadora Margarete Moraes; de n° 077/03 (Processo n° 1690/03 – Sessão Solene
em homenagem ao Dia da Comunidade Luso-Brasileira), de autoria da Mesa
Diretora; de n° 078/03 (Processo n° 1693/03 – Período de Comunicações em
homenagem aos sessenta anos da Associação Atlética Banco do Brasil – AABB), de
autoria do Vereador Dr. Goulart; de n° 051/03 (Processo n° 1174/03 – Sessão
Solene em homenagem ao Dia das Mães), de autoria da Mesa Diretora. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo n°s 019/03, discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, 027, 033 e
034/03, este discutido pelos Vereadores Zé Valdir e Maristela Maffei, e 046/03,
este discutido pelos Vereadores Cláudio Sebenelo e Renato Guimarães, os
Projetos de Resolução n°s 023 e 025/03, este discutido pelos Vereadores Zé
Valdir e Maristela Maffei; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n°s
028/03, discutido pela Vereadora Maristela Maffei, e 040/03, discutido pelo
Vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de Resolução n°s 018, 028, 029, 031 e
032/03; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 013 e 037/03, o
Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 003/03, discutido pelo Vereador
Reginaldo Pujol, o Projeto de Resolução n° 027/03. Na ocasião, o Vereador Zé
Valdir formulou Questão de Ordem acerca das disposições regimentais atinentes
aos pronunciamentos dos Senhores Vereadores durante o período de Pauta, tendo o
Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Valdir Caetano defendeu a instalação de câmeras de vídeo no
Centro de Porto Alegre, destinadas a incrementar a segurança pública da referida
região, comparando dados alusivos às medidas semelhantes adotadas pelos
Municípios de Novo Hamburgo – RS e Praia Grande – RJ e comentando os potenciais
benefícios que a instalação desses equipamentos acarretará para os comerciantes
e transeuntes do Centro da Cidade. O Vereador Dr. Goulart referiu-se à
inauguração do prédio da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, ocorrida
no dia quatorze de abril do corrente, salientando a importância desse órgão
para a melhoria das condições de saúde da população porto-alegrense. Também,
externou sua contrariedade à decisão tomada pelo Executivo Municipal, no
sentido de solicitar a declaração de ilegalidade da greve dos médicos e
servidores do Sistema Único de Saúde – SUS – em Porto Alegre. O Vereador Cassiá
Carpes relatou visita realizada por Sua Excelência, juntamente com o Vereador
Ervino Besson, aos moradores da Vila Limite, situada entre os Bairros Glória e
Teresópolis, exibindo fotografias que demonstram as más condições de
infra-estrutura às quais estão submetidas seus moradores e criticando a
sistemática de funcionamento do Programa de Orçamento Participativo. Também,
criticou a atuação do governo do Partido dos Trabalhadores em relação à
segurança pública. Às dezesseis horas e sete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e oito minutos,
constatada a existência de quórum. Após, face manifestações formuladas pelos
Vereadores Elói Guimarães e Marcelo Danéris, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão e sobre as normas
regimentais atinentes ao uso da palavra pelos Senhores Vereadores. Também, o
Vereador Zé Valdir formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de
termos constantes no pronunciamento efetuado pelo Vereador Cassiá Carpes em
Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia
pronunciou-se sobre a declaração de ilegalidade da greve deflagrada pelos
médicos, odontólogos e servidores do Sistema Único de Saúde – SUS – que prestam
serviços em Porto Alegre, asseverando que essa questão deve ser analisada
eminentemente do ponto de vista jurídico e declarando ser a greve um direito
fundamental dos trabalhadores e uma forma legítima de luta por melhores
condições salariais e de trabalho. O Vereador Wilton Araújo manifestou-se sobre
a construção, no Bairro Santo Antônio, de uma casa de acolhimento para menores
carentes, tecendo críticas às políticas de assistência social e atendimento à
infância implementadas pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, asseverando
que a comunidade local não foi consultada, está se posicionando contrariamente
à realização dessa obra e está defendendo a implantação de uma creche, ao invés
da referida casa de acolhimento. O Vereador Beto Moesch discorreu sobre o corte
de árvore situada na Avenida Guaíba, no Bairro Assunção, declarando ter
ocorrido irregularidades na atuação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente -
SMAM, ao conceder licença para o corte dessa árvore, e da Procuradoria-Geral do
Município, no que tange ao assunto. Também, pronunciou-se contrariamente às
políticas de proteção ao meio ambiente implementadas pela Prefeitura Municipal
de Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz discursou sobre as festividades da Semana
Santa e da Páscoa, examinando os principais fatos históricos alusivos a essas
datas. Ainda, reportou-se à prisão, julgamento e execução de três pessoas em
Cuba, fatos que ocorreram em período não superior a dez dias, posicionando-se
contrariamente a esses procedimentos e externou sua inconformidade com a
atuação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, especialmente quanto às
políticas de saúde implementadas. O Vereador Zé Valdir contraditou críticas
apresentadas ao Executivo Municipal, acerca do pedido de declaração de
ilegalidade da greve mantida pelos médicos e servidores do Sistema Único de
Saúde – SUS. Também, defendeu o Programa de Orçamento Participativo, afirmando
que o mesmo é um instrumento para democratizar a elaboração do Orçamento do
Município e avaliou a atuação do Senhor José Paulo Bisol como Secretário
Estadual da Justiça e da Segurança. O Vereador Sebastião Melo solidarizou-se
com os médicos, odontólogos e servidores do Sistema Único de Saúde – SUS – que
se encontram em greve, a qual foi declarada ilegal. Ainda, mencionou artigo de
autoria do colunista Cláudio Humberto, relativo aos gastos realizados pelo
Senhor José Graziano, Ministro da Segurança Alimentar e Combate à Fome, em
passagens aéreas e hospedagem em hotéis e criticou o governo do Senhor Luiz
Inácio Lula da Silva, Presidente da República. O Vereador Reginaldo Pujol
reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Zé Valdir em Comunicação
de Líder, acerca da atuação do Senhor José Paulo Bisol como Secretário Estadual
da Justiça e da Segurança. Também, analisou a sistemática de aporte de recursos
para a realização de obras públicas e discorreu sobre o governo do Senhor Luiz
Inácio Lula da Silva, especialmente no que tange às relações do Governo Federal
com organismos financeiros estrangeiros. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Vereador Cassiá Carpes manifestou-se
acerca da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 113/02, com Veto Total.
Em Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 113/02,
considerando-se rejeitado o Veto Total a ele aposto, por vinte e um votos SIM e
oito votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch,
Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal,
Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio
Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo
Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo e Não os
Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Renato Guimarães e Zé Valdir. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
148/02, considerando-se rejeitado o Veto Total a ele aposto, por dezoito votos
SIM e oito votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá
Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni,
Carlos Pestana, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Renato Guimarães e Zé Valdir. A seguir, foram aprovados os seguintes
Requerimentos, de autoria da Mesa Diretora: de nº 052/03 (Processo nº 1175/03 -
Sessão Solene em homenagem ao Dia do Panificador); de nº 053/03 (Processo nº
1176/03 - Sessão Solene em homenagem ao Dia Nacional de Combate ao Fumo); de nº
054/03 (Processo nº 1177/03 - Sessão Solene em homenagem ao Dia dos Pais); de
nº 055/03 (Processo nº 1178/03 - Sessão Solene em homenagem à Semana Mundial do
Meio Ambiente); de nº 056/03 (Processo nº 1179/03 - Sessão Solene em homenagem
à Semana da Pátria); de nº 057/03 (Processo nº 1180/03 - Sessão Solene em
homenagem aos duzentos e trinta anos da Câmara Municipal de Porto Alegre); de
nº 058/03 (Processo nº 1181/03 - Sessão Solene em homenagem ao Dia do
Funcionário Público); de nº 059/03 (Processo nº 1182/03 - Sessão Solene em
homenagem à Semana Farroupilha); de nº 060/03 (Processo nº 1190/03 - Sessão
Solene em homenagem ao Dia do Italiano); de nº 061/03 (Processo nº 1191/03 -
Sessão Solene em homenagem ao Dia de Solidariedade ao Povo Palestino); de nº
062/03 (Processo nº 1192/03 - Sessão Solene em homenagem ao Dia Nacional da
Consciência Negra e de Ação Anti-Racismo). Também, foram aprovados os seguintes
Requerimentos: de nº 064/03 (Processo nº 1207/03 - Período de Comunicações
destinado a homenagear os oitenta e seis anos da Escola de Ensino Médio São
Luiz), de autoria do Vereador Cassiá Carpes; de nº 068/03 (Processo nº 1235/03
- Período de Comunicações em homenagem aos duzentos anos da Santa Casa de
Misericórdia), de autoria do Vereador Darci Campani; de nº 071/03 (Processo nº
1276/03 - Sessão Solene em homenagem aos dez anos de criação da Secretaria
Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, bem como à Titular dessa Secretaria,
Senhora Rejane Penna Rodrigues), de autoria do Vereador Marcelo Danéris. Foi
aprovado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando a
retirada de tramitação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 008/01 (Processo
nº 3838/01). Às dezessete horas e doze minutos, constatada a inexistência de
quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib,
Elói Guimarães e Valdir Caetano e secretariados pela Vereadora Maria Celeste.
Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente
Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Hoje, nós temos um comparecimento, tendo
em vista o Cinqüentenário da Festa de São Jorge em Porto Alegre. Temos
presentes o Vigário Aldo Vivian, Presidente do Conselho Paroquial da Igreja São
Jorge e o Padre Olavo Moesch, Pároco da Igreja São Jorge. Solicito que os dois
participem conosco da Mesa que dirige os trabalhos.
Eu,
que tenho ascendentes libaneses, lembro que os libaneses gostam muito de São
Jorge; a minha mãe, que faleceu há três anos, cada vez que passava na Igreja
São Jorge, fazia com que eu parasse, e ela ia fazer a sua oração.
O
Padre Olavo Moesch está com a palavra, para que diga o que vai acontecer nos
próximos dias, nos festejos dos cinqüenta anos da Festa de São Jorge em Porto
Alegre.
O SR. OLAVO MOESCH: Prezado Sr. Presidente da Câmara de
Vereadores, João Antonio Dib, distintos Vereadores, Vereadoras e demais irmãos
em Cristo aqui presentes.
Neste
ano, a Festa de São Jorge terá um particular muito importante, ela celebrará
cinqüenta anos de Paróquia, de festa e de procissão. Naturalmente, os
preparativos para tamanha festa são incalculáveis, no que se refere ao que se
exige de aplicação e comparecimento. Há muitas reuniões, é algo fora do comum,
mas o fruto depois virá, o povo gosta da Festa e, cada vez mais, se torna
numeroso no seu comparecimento.
Temos duas datas que celebram
a Festa de São Jorge e, neste ano, a festa de cinqüenta anos de Paróquia e de
Festa de São Jorge.
O
primeiro dia é o dia 23, que tem mais caráter religioso. Teremos missas às 8h,
às 10h, às 16h, às 18h, que será celebrada pelo DD. Arcebispo Dom Dadeus
Grings, e às 20h. Durante o dia, o volume de gente, de devotos, chega a tal
ponto que, às vezes, rezo: “Senhor, faze com que não desmaie ninguém aqui”,
tamanha é a multidão de gente. Descem do Morro da Polícia, parece que lá não
fica nada, nem cachorro, nem gato, nem pulga, parece que tudo quer homenagear
São Jorge. Então, é o dia dedicado mais ao fundo religioso de São Jorge.
Teremos bênção da saúde, teremos também, mas em caráter mais particular,
privativo, galeto e churrasco ao meio-dia.
Nos
dias 24, 25 e 26, à noite, às 20h, teremos solene Tríduo em louvor ao nosso
padroeiro São Jorge.
No
dia 27 é a explosão, com a imponente procissão, isso naturalmente se o tempo
for bom, se chover, ainda não tenho experiência com procissão e chuva. Então,
no dia 27, às 9h, teremos a missa solene a ser celebrada pelo Arcebispo Emérito
D. Altamiro Rossato, depois segue a procissão, em trajeto bem curto. Devido à
localização nós não podemos, sem mais nem menos, fazer procissão durante o dia,
por causa do tráfego. Então, é uma procissão curta que dura só uma hora.
Terminada a procissão, teremos galeto e churrasco ao meio-dia, e, no mais, na
parte da tarde, doces, salgados, bebidas, música e dança. E, às 6h da tarde,
terminaremos a festa. Isso é, em síntese, o Programa da Festa de São Jorge.
Eu
não sei se alguns teriam gosto de perguntar, pedir uma explicação, não sei!
Perguntam-me sempre, cada ano: “Como é que é, São Jorge foi cassado pela Igreja
ou não?” Eu respondo “sim” e “não”. “Não” porque existiu realmente o São Jorge
mártir, no ano 303, sob o Império de Diocleciano. Ele é venerado na Igreja como
mártir, santo mártir. Ele foi alto oficial no Império de Diocleciano.
Diocleciano, que foi o perseguidor mais cruel, resolveu acabar com os cristãos
de uma vez, reuniu os maiorais do Império Romano, em começos do ano 300, para
arquitetar um plano que visasse à eliminação dos dirigentes cristãos, e Jorge,
que estava presente na assembléia, reagiu, protestou. Ele disse: “Não mesmo, eu
sou cristão, eu protesto contra esta
lei.” E Diocleciano, depois de ter submetido São Jorge a vários suplícios,
finalmente mandou decapitá-lo. Este é o Jorge histórico, este existe, mas
existe um São Jorge mais folclórico, lendário, aquele montado a cavalo que mata
o dragão. Este São Jorge a Igreja não o despreza, não; respeita-o, respeita a
lenda, e, em torno de São Jorge nós
temos várias invocações: temos o santo guerreiro, o santo protetor contra as
dificuldades de toda espécie, etc. Não sei se me é permitido contar um pouco
sobre a origem desta história de São Jorge. A lenda de São Jorge é muito
significativa. Conta uma lenda que havia na Ásia Menor, na atual Turquia, um
reino que vivia pacificamente os dias, com um rei, uma rainha e uma princesa, e
essa paz no reino terminou no dia em que se aproximou um dragão às portas do
reino. O reino era todo cercado com uma enorme muralha, e esse dragão exigiu
que lhe dessem, a cada dia, um animal para ser comido. Mas um dia terminaram os
animais, e então ele exigiu o sacrifício de vidas humanas. O rei chorou, mas o
que iria fazer? Lançou-se a sorte sobre uns e outros. No fim a sorte caiu sobre
a princesa Lia, e ela o que iria fazer? Teve que seguir os passos dos outros.
Quando ela chegou na entrada do bosque, defrontou-se com o dragão, mas, nisso,
apareceu um jovem montado a cavalo, que lutou contra o dragão e conseguiu
matá-lo. Quando isso aconteceu, o júbilo dos pais, do rei e da rainha, e do
povo foi enorme; foram, então, saudar e cumprimentar aquele jovem e lhe
perguntaram: “Quem és tu?” “Eu sou o Jorge da Capadócia.” O rei disse: “Eu dou
a minha filha para casamento contigo”; ele respondeu: “Não, minha missão não é
casar: é percorrer o mundo anunciando Cristo” e desapareceu. Daí se formou o
São Jorge lendário que nós conhecemos mais aqui no Brasil, sob esta visão: o
Jorge montado a cavalo matando a fera, o dragão. Mas, na Inglaterra, na
Alemanha e em outros países, São Jorge é representado como um lutador, mas sem
feras, nada disso.
O
que me cabe como pároco da Paróquia? É respeitar um pouco essa tradição, esse
sincretismo; é o povo que quer bem, o povo tem a sua maneira de se manifestar a
São Jorge, e São Jorge certamente abençoa muito este povo.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Padre Olavo, nós ficamos felizes com a sua
presença, mas hoje é um dia de muito trabalho para esta Casa, então peço ao
Ver. Carlos Alberto Garcia que faça a saudação a V. Ex.ª e ao Padre Aldo, em
nome de todos nós.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, prezado Padre Olavo
Moesch, pároco da Paróquia São Jorge, caro Aldo Vivian, Coordenador do Conselho
Pastoral Paroquial, prezados Vereadores e Vereadoras, Padre Olavo estava
descrevendo a história de São Jorge, mas quem assiste à missa na Igreja São
Jorge sabe que, quando ele fala na história do dragão, sempre diz que o dragão
é a pobreza, a fome, a droga, a guerra. Esse dragão vem mascarado de várias
formas.
Mas,
de forma singela, este ano nós fomos convidados para sermos festeiros, eu e o
Ver. Beto Moesch. Em 1998, há cinco anos, nós tivemos a oportunidade, através
de uma Lei nossa, de incluir a Festa de São Jorge no calendário oficial de
Porto Alegre. Então, o que nós estamos fazendo aqui é convidando os Vereadores,
as Vereadoras e a população da nossa Cidade para que no dia 23 de abril - são
cinco missas: às 8h, às 10h, às 16h, às 18h e às 20h - possam ir lá participar
das missas, da Festa de São Jorge.
Há
o Tríduo, que é dia 24, 25, 26, sempre com início às 20h e, no dia 27, a
procissão, essa que o Padre Olavo falou. Essa procissão está dando muito
problema para o Padre Olavo, porque ele disse: “Garcia, cada ano que passa vêm
mais fiéis.” Mas eu disse: “Quando o padre é competente, o problema é dele.” E
ele tem de se ver nessa forma de que cada vez que passa...
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ilustre Vereador, eu até sou suspeito para falar sobre São Jorge,
porque há trinta e três anos, seja na Assembléia Legislativa, seja na Câmara
Municipal, ele está aceso perpetuamente, vamos assim dizer, entre aspas, atrás
da minha cadeira, a sua imagem. Como Comandante que fui de duas unidades do
Exército, fiz o São Jorge padroeiro da unidade, com reconhecimento no Exército,
e V. S.ª não sabia disso, companhia de guarda e instrutor-chefe da infantaria
do CPOR. De modo que quero-me somar às suas palavras para dizer: “Que vantagem
é essa?”, porque o João Antonio Dib sabe e o nosso ilustre Vereador que eu amo
profundamente São Jorge. E de vez em quando nos encontramos lá, Padre Olavo; V.
S.ª me vê, mas finge que não me vê, na Igreja.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Então, novamente lembrando o convite: dia
23, Dia de São Jorge; e dia 27 a procissão e almoço, com a participação de mais
de mil pessoas. Então, é a oportunidade de as pessoas comparecerem, colocarem a
sua fé e a sua oração. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Agradecemos ao pároco da Igreja São
Jorge, Padre Olavo Moesch, pela presença. Desculpo-me com o amigo Aldo Vivian;
ele é apenas Presidente do Conselho Paroquial da Igreja São Jorge, não é padre,
mas é uma pessoa que cultua a memória de São Jorge.
Solicito
ao nosso professor Ver. Carlos Alberto Garcia que acompanhe os nossos dois
convidados.
Passamos
à
O Sr. Edmundo Füller,
representando o Centro dos Moradores do Bairro Rio Branco, está com a palavra
para tratar do assunto relativo à permuta de imóvel, pelo tempo regimental de
dez minutos.
O SR. EDMUNDO FÜLLER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sou
arquiteto; não estou aqui representando uma entidade profissional. Sou
professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; não estou representando
uma instituição de ensino. Sou, aqui, Secretário do Centro dos Moradores do
Bairro Rio Branco; portanto, estou aqui na condição de líder comunitário.
Inicialmente,
gostaria de agradecer ao Sr. Presidente a possibilidade de eu me manifestar
neste Plenário pela segunda vez. Gostaria também de agradecer ao Ver. Sebastião
Melo e à sua equipe, à Dr.ª Ana, à Dr.ª Maria, tão atenciosos em nos atender,
dando todo o apoio logístico e político. Gostaríamos ainda de agradecer ao Ver.
Beto Moesch e à sua equipe que semanalmente comparecem nas nossas associações:
na Associação do Bairro Moinhos de Vento, na Associação do Bairro Petrópolis e
na Associação do Bairro Rio Branco, discutindo conosco o problema que está
envolvendo a Cidade hoje: o problema dos espigões.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, Petrópolis Vive, Moinhos Vive, Rio Branco Vive. O
que isso está dizendo? Está dizendo que está havendo uma mobilização muito
forte na Cidade em relação ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, onde eu,
como Delegado e Conselheiro Suplente da RP -1, tenho dito e repetido: trata-se
de um Plano Diretor marcado pela perversidade, e a sua perversidade, Sr.
Presidente, é esse superdimensionamento em seu regime urbanístico que está
determinando alturas de 12, 14, 13, 15 a 18 pavimentos em vias, locais e
quadras do interior, gerando um superdimensionamento, e esse
superdimensionamento cria um problema de infra-estrutura e de sobre-estrutura.
Esta
tabelinha que está aqui é a síntese deste Plano, e eu me pergunto e pergunto
aos Srs. Vereadores: quem são os autores ou quem são os responsáveis pela
elaboração desta planilha? Esta planilha é a síntese do regime urbanístico superdimensionado.
Quem? (Exibe o documento.)
Srs.
Vereadores, já me manifestei numa outra ocasião: doze profissionais assinam
este Plano Diretor e estes doze profissionais são técnicos da Prefeitura.
Nenhum deles aqui coloca o seu registro, o seu CREA, e não existe ART. Quem é o
responsável a não ser essa equipe? Porque na vida profissional, Sr. Presidente,
o senhor sabe bem, como engenheiro, que qualquer trabalho ou projeto que se
faça necessita a ART da responsabilidade profissional. Este plano, da forma como
está elaborado, está gerando excrescências, e as excrescências são:
desequilíbrio, desarmonia, distorção e deformação.
Sr.
Presidente, o mais grave de tudo isso é que assina aqui este documento uma
entidade internacional, uma entidade que não é brasileira. Uma entidade com seu
arquiteto argentino, que assina este documento, e essa entidade não está
registrada no Sistema CONFEA/CREA; portanto, fere frontalmente a Lei n.º 5.184
que aqui está, fere a Constituição Federal. Isso é crime, e, no entanto, até
hoje estamos aí denunciando isso, e isso encontra-se no Ministério Público para
as devidas providências.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, tenho que correr, porque são dez minutos. Eu
precisava de doze ou mais, como o padre que falou sobre São Jorge. Em todo o
caso, o que vou fazer?
Com
relação à permuta, Sr. Presidente, que é a questão básica...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu peço desculpas. Eu não entendi o que
houve com São Jorge. Eu estou muito atento ao discurso de V. Ex.ª e desconto o
tempo.
O SR. EDMUNDO FÜLLER: No sentido de que foi dado a São Jorge
mais do que doze minutos, Sr. Presidente, e por isso eu queria mais dois
minutos. Só nesse sentido.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Considerarei.
O SR. EDMUNDO FÜLLER: Muito bem, porque é muita coisa a dizer
rapidamente, e tenho de ser incisivo. Com relação à permuta desse imóvel, Sr.
Presidente, pergunto: levando em conta o Plano Diretor, levando em conta o
Estatuto da Cidade, que até hoje não foi regulamentado e não foi introduzido no
Plano Diretor, e é uma peça jurídica urbana de valor estimado, que foi premiada
internacionalmente, e até hoje não foi introduzida no Plano Diretor, por quê?
Por negligência? Espero que até agosto seja discutido e incorporado; e esse
Estatuto da Cidade prevê a participação constante da comunidade e da sociedade
no desenvolvimento da Cidade, para evitar, inclusive, distorções no seu
crescimento. Pergunto, então: para onde foi a cidadania? Se esse terreno que
tem 4.500m2, situado num ponto central da Cidade, num terreno de
esquina, não é um terreno de meio de quadra, é um terreno de esquina voltado
para duas pontas, num valor estimável; não seria o caso de se fazer uma
consulta à comunidade, à sociedade? Não. Foi feito o projeto, o Poder Executivo
mandou o processo para cá. E aí, para onde foi a cidadania? Foi para o espaço;
foi para um buraco negro, colocado lá na galáxia Andrômeda. Onde estão a
cidadania e a civilidade tão apregoadas? Onde está o urbanismo participativo?
Ontem eu participei de uma reunião, e mais uma vez lá foi colocada a questão do
planejamento participativo. Onde ele está? Quando se trata de interesse, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, as regras do jogo mudam.
Agora
vou falar sobre a permuta. Mas eu gostaria de completar o pensamento dizendo o
seguinte: neste momento, Srs. Vereadores, me vem um pensamento negativo, quando
se trata de interesse, eu faço a pergunta: onde está a democracia? Arremedo de
democracia? Simulacro de legalidade? O que vinga é a hipocrisia. E o que é a
hipocrisia, Srs. Vereadores? Impostura?
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estou lhe dando mais dois minutos, Sr.
Edmundo, acima daqueles quatro, o senhor terá mais dois agora.
O SR. EDMUNDO FÜLLER: Então sobre o terreno, Srs. Vereadores,
aqui está o mapa da mina. (Mostra o mapa.) Eu precisava falar um pouco mais,
mas não vai ser possível. Aqui está o terreno localizado não no corredor de
urbanidade, Sr. Vereador, de que eu havia falado, onde tinha marcado índice 3;
o art. 85 do Plano Diretor determina índice 4. Portanto, o seu valor excede. É
um potencial de 21 mil metros quadrados que está sendo vendido por quatro
terrenos e mais vinte e quatro prestações módicas de 17 mil. É uma beleza de
negócio para quem compra e um péssimo negócio para quem vende! Vinte e um mil
metros quadrados são o potencial desse terreno. Três pavimentos de garagens e
mais quinze de escritórios. Para concluir, tenho de ser rápido, não é?
O
Centro de Moradores do Bairro Rio Branco apresenta a sua proposta em relação a
esse imóvel. Aqui está ela, Sr. Presidente. Aqui está o nobre terreno de 30% e
30, próximos ao Parque Marinha, eles seriam integrados através de uma passarela
sinuosa e envolvente, seria uma promenade.
(Mostra o cartaz.)
Então, esse terreno
poderia ter várias programações. Um parque temático para as crianças; e, lá,
encostado na cesalpinácea, o lobo mau dizendo: “Au, au, au.” Poderia ou não
poderia? Ou, então, poderia ser uma praça cheia de esculturas, homenageando os
políticos, técnicos e cientistas nossos, como eu vi em uma cidade próxima de
Praga, onde há uma escultura de 3m de altura de Bethooven. Eu não me
incomodaria se o Teixeirinha fosse homenageado e colocado aqui.
Portanto,
essa é a nossa proposta, numa alternativa em relação a essa venda do imóvel:
que se venda o imóvel, mas que se venda pelo preço atualizado, não o que está
ocorrendo aí. Quatro imóveis, dois deles já foram colocados aqui como de
interesse público e, o outro, acha-se no Ministério Público, onde uma empresa
aparece, vendendo para terceiros por 50 mil reais e oferece para a Prefeitura
por 350 mil reais - sete vezes mais. Que excrescência é essa, senhores? Esta é
a minha denúncia. Eu acho que temos de rever.
Concluindo,
Sr. Presidente, eu quero dizer o seguinte: eu estou aqui na condição do povo
iraquiano - indefeso diante do poder, diante do poder hegemônico do Poder
Legislativo, Poder Executivo e de forças de mercado, onde a população, onde o
cidadão, onde a sociedade foi marginalizada. Esta é a realidade. Para concluir,
então, Sr. Presidente, eu gostaria de citar uma máxima latina: odiosa restringenda favorabilia amplianda.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu lhe dei doze minutos, e o senhor usou
só nove minutos.
O SR. EDMUNDO FÜLLER: Então, eu corri muito. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Edmundo Füller, representante do Centro dos
Moradores do Bairro Rio Branco, nós queremos dizer ao senhor que esta Casa é
criteriosa; ela, com certeza, vai analisar com profundidade, como na maioria
das vezes analisa, os Projetos que tramitam aqui.
Nós,
logo em seguida que recebemos o documento que o senhor deixou em nosso
gabinete, fizemos um pedido de informações que, em algumas das perguntas,
poderá nos ajudar a compreender esse processo.
Eu,
apenas, queria destacar algumas coisas. Não nos causa surpresa a maneira
encaminhada pela Prefeitura sobre essa matéria, até porque nós já temos
antecedentes. No ano passado, no final do ano, esta Prefeitura - que tem um discurso
muito jeitoso de inclusão social e de transparência, mas quando se trata de
permuta não é bem assim -, por exemplo, permutou 13 hectares, com uma empresa
que é a maior devedora de IPTU desta Cidade, de forma urgente aqui nesta Casa.
Eu queria, em especial,
contar com a atenção da Liderança do Governo. Ver. Marcelo Danéris, eu acredito
que o Prefeito João Verle seja um homem de bem e, portanto, de repente, ele
assinou um documento que ele não tinha conhecimento da sua profundidade, porque
quem fez essa avaliação não foi o Prefeito, e sim o servidor da Prefeitura. Há
uma dosimetria para avaliar terreno, pela qual você não pode pegar nem o topo,
nem o mínimo, mas pegar o médio. E nesse caso pontual, foi feita uma avaliação
pelo mínimo. Sobre isso, nós estamos pedindo informação.
Há também, nesse processo,
duas áreas permutadas que já estão em fase de desapropriação pela Prefeitura.
Portanto, nós temos o entendimento, Sr. Presidente, de que nós precisamos
debater essa matéria. Nós não temos juízo de valor sobre ela, achamos que o que
o senhor está dizendo merece uma reflexão desta Casa com profundidade. Como nós
não temos juízo de valor, queremos nos apropriar do pedido de informações e das
informações que o senhor está trazendo, para que, depois, possamos deliberar
sobre essa matéria.
Faço um apelo ao
Presidente para que possamos não decidir sobre essa matéria por enquanto, mas
nos apropriarmos de uma série de dados complementares sobre esse processo.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, queremos saudar o
representante do Centro dos Moradores do Bairro Rio Branco. Nós já tínhamos
conhecimento, através do memorial, das suas preocupações em relação a um
Projeto de Lei que tramita nesta Casa. É óbvio, que esta Casa, o Poder
Legislativo, composto por trinta e três Vereadores, onde a oposição dispõe de
uma maioria de vinte e um Vereadores, se constitui num poder de equilíbrio
entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo.
Nós
temos, neste momento, a obrigação de examinar este Projeto que o Executivo
encaminhou à Casa e que trata de uma permuta.
É
óbvio que nós nos deteremos, com a profundidade que o assunto merece, pelos
dados que têm sido trazidos. E eu pertenço a uma linha, a um bloco de oposição
aqui nesta Casa ao Governo Municipal do Partido dos Trabalhadores, e quero
dizer que, normalmente, eu tenho observado que, com pequenas nuanças, essas
circunstâncias de permutas e transações de imóveis na cidade de Porto Alegre
têm sido feitas com extrema cautela pelos técnicos, com avaliações muito
respeitáveis por parte dos técnicos do Executivo Municipal, que pertencem ao
quadro funcional do seu Estatuto. Portanto, evidentemente, que, em face de uma
manifestação dessa natureza, o nosso Partido vai aprofundar um exame maior
sobre essa matéria, porque se trata de uma entidade comunitária preocupada com
os interesses da Cidade e da comunidade como um todo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS PESTANA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, em primeiro lugar, em nome da Bancada, tenho de fazer esse
registro: lamentar um pouco a forma como foi abordado esse tema. É um tema
importante para a Cidade e que, infelizmente, do meu ponto de vista e do da
minha Bancada, foi tratado de forma até meio desrespeitosa, com uma ironia
inconcebível pela importância do tema e pelo respeito que as pessoas que vêm
aqui à tribuna devem ao conjunto destes Parlamentares.
Então,
eu vou procurar dialogar, não com a intervenção do Sr. Edmundo Füller, porque,
volto a dizer, acho que foi muito desrespeitosa, inclusive, na questão da
exposição dos cartazes; mas um pouco com as preocupações legítimas que o Ver.
Sebastião Melo ponderou. Mesmo discordando, acho que ele, como legislador,
merece ser informado. Eu acho que ele tem toda a legitimidade para ponderar
essas questões. Quero dizer, Ver. Sebastião Melo, que essa é uma negociação que
vem de longo tempo. Está envolvida nessas áreas a questão de uma área para a
entrada da Cidade. Então, estamos tentando por essa razão, que é a questão da
urgência. Uma das áreas está, justamente, naquela região do Humaitá, para
resolver o problema dos papeleiros, que é um drama social e tenho certeza de
que V. Ex.ª conhece tão bem quanto eu. Segunda questão: do ponto de vista
construtivo, aquela área de próprio municipal, em função do recuo de jardim,
tem o seu potencial de crescimento bastante reduzido, e por isso que teve essa
variação, como bem identificou V. Ex.ª, por seu limite inferior. Então essas
são razões que eu acho que é importante esclarecer para que não pairem dúvidas.
Eu acho importante o registro que V. Ex.ª fez de que são avaliações feitas por
técnicos sérios, que já têm longo tempo na Prefeitura Municipal de Porto
Alegre.
Assim,
de forma muito sucinta, quero dizer que as duas razões fundamentais são: a da
urgência, porque envolve a questão da entrada da Cidade, em particular a
questão dos papeleiros; e a questão do valor, porque é uma área que, embora em
uma região com potencial construtivo alto, em função do recuo do jardim, fica
bastante limitada.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu quero cumprimentar o
arquiteto Edmundo Füller, que vem aqui, representando a Associação de Moradores
do Bairro Rio Branco, trazer esclarecimentos para os Vereadores. Não notei
nenhuma forma de desrespeito para com esta Casa na atitude do Arquiteto. Acho
que ele agiu como qualquer cidadão, consciente de que é através da Câmara, onde
tem seus representantes, que a sociedade deve se pronunciar, deve agir, ainda
mais num caso em que temos, para analisar, uma permuta que está sendo
realizada. Eu acredito que sempre que existem esses casos é obrigação da Câmara
munir-se de todos os dados necessários a fim de que o interesse da população
possa estar defendido, possa estar bem representado dentro da nossa atuação. Eu
sei que a Associação do Bairro Rio Branco presta um serviço extremamente de
utilidade pública para a sua população, para os seus representados. De nossa
parte, nós vamos pegar os dados que foram enviados e vamos checar com os dados
da Prefeitura Municipal, fazendo com que possamos realmente ter uma opinião
abalizada no final, para que possamos bem representar a sociedade e o mandato que
nós exercemos aqui nesta Câmara. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar a nossa saudação ao Sr.
Edmundo Füller, ao Centro dos Moradores do
Bairro Rio Branco. Eu queria dizer que, até hoje pelo menos, não havia chegado
nenhuma contestação aos valores apresentados pela Prefeitura. E a Casa,
evidentemente, respeita os técnicos, que são técnicos concursados, que trazem
as suas informações detalhadas, embasadas em todo um conhecimento. De toda
forma, é um fato novo. Nós vamos, junto com toda a Casa - todos se manifestaram
aqui -, nos ater aos dados que o senhor traz, para confrontar com as informações
que temos.
Nós,
da CUTHAB, teremos também a mesma seriedade que sempre tivemos. É a primeira
vez que uma avaliação da Prefeitura sofre contestação, mas estamos sempre
abertos a dados objetivos que nos indiquem qualquer irregularidade. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registramos a presença nesta Casa da
Escola Estadual de Ensino Fundamental Edgar Luiz Schneider, com 60 alunos da
5.ª série, e os professores: Andréa Bandeira e Cláudio da Rosa. Esta é uma
atividade que a Casa do Povo de Porto Alegre presta, permanentemente, dentro do
Projeto de Educação Política, porque nós queremos que esses jovens que visitam
a nossa Casa tenham a oportunidade de se inteirarem da vida política, e,
amanhã, talvez, dirigirem esta Cidade, este Estado ou este País.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, nestes dois minutos que
o Regimento me faculta, eu quero, além de saudar o Arquiteto e Professor Edmundo
Füller, que nos dá o prazer da presença nesta Tribuna Popular, dizer o
seguinte: eu sou o relator desta matéria. Recebi um pouco antes do início dos
trabalhos, do Centro dos Moradores do Bairro Rio Branco, algumas considerações
acerca do assunto. Eu já tinha conhecimento desse fato em função de informações
que colegas Vereadores, especialmente o Ver. Sebastião Melo, me haviam
transmitido. Quero, Sr. Presidente, tranqüilamente, dizer o seguinte: eu fiz um
parecer recomendando a aprovação desse negócio. Não vislumbrei, até o presente
momento, motivos pelos quais eu devesse desconsiderar o que escrevi
anteriormente, até porque examinei o que está nos autos. As definições quanto à
conveniência de fazer ou não fazer a permuta são relevantes. As áreas que o Município
está adquirindo para desenvolver programas sócioambientais, programa de
recuperação ambiental na Cidade são méritos que eu tive o cuidado de dizer que
esta Casa, na sua soberania, vai decidir ao final.
Eu
não vislumbrei – repito -, nos laudos, equívocos capazes de justificar os
temores que estão sendo levantados. Por sinal, acho que o trabalho realizado
pelo técnico do Município encarregado de fazer esse laudo é digno até de
elogios. Ele usou o método comparativo de valores de mercado, que é uma técnica
apuradíssima e que tem caracterizado as avaliações recentemente.
Por
isso, Sr. Presidente, eu quero, como Relator, dizer que estou à disposição da
Casa para alguns esclarecimentos que se fizerem necessários como, de resto,
estou à disposição da comissão dos moradores do Bairro Rio Branco, interessada
nesse assunto. Obviamente que não discutirei o problema idealístico, como fazer
passarela em torno da Av. Ipiranga, fazer o Centro Temático, o Lugar do Lobo
Mau. Isso não está na minha competência. Sobre o que está dentro do Processo,
eu estou me colocando à disposição para discutir. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Sr. Edmundo Füller, 1.º
Secretário do Centro de Moradores do Bairro Rio Branco; prezado Luiz Carlos
Bichinho, Presidente da Associação de Moradores, também aqui presente, queremos
ressaltar, primeiramente, que ficamos surpresos, porque não é praxe uma
contestação.
Vamos
avaliar, recebemos, como todos os demais Vereadores, uma documentação assinada
pelo Presidente e por V. S.ª, Sr. Edmundo. Eu acho que Tribuna Popular serve
para isso: justamente para que todas as entidades descontentes venham aqui se
pronunciar. Mas, ao mesmo tempo, quero fazer um registro. O Município de Porto
Alegre tem muito cuidado, ao fazer as suas permutas; tem zelado muito por isso.
É em cima disso que gostaríamos de analisar com calma, para ver. E, se houver
óbice, não nos furtaremos, em nenhum momento, de voltar a discutir. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Edmundo Füller, representantes da
Associação dos Moradores do Bairro Rio Branco e das demais associações de
moradores envolvidos nessa questão, nós queremos ressaltar o seguinte:
primeiro, o Ver. Raul Carrion diz que é a primeira vez que um projeto de permuta
ocasiona problema. Mas é justamente aí, eu penso, Sr. Presidente, que temos de
começar a tomar mais cuidado com esses projetos de permuta que chegam aqui na
Câmara de Vereadores. Casualmente, a permuta desse imóvel me havia chamado
atenção, porque vi que ele não poderia vir em regime de urgência, porque era
uma permuta de áreas importantíssimas lá na Zona Sul e de uma área nobre aqui
no Bairro Menino Deus, e que nós, Câmara de Vereadores, teríamos de nos
debruçar mais com relação a isso. O próprio Presidente agora tomou a medida de
evitar o regime de urgência. Eu penso que a colocação trazida aqui pelos
moradores de bairro é importante para que a Câmara de Vereadores fique mais
atenta aos projetos de permuta de imóveis. Eles não são tão simplistas como
podem parecer em um primeiro momento. Fica aqui, a meu ver, uma lição para a
Câmara de Vereadores, para que se debruce mais sobre os projetos de permuta,
porque eles justamente apresentam dúvidas, apresentam a necessidade de um
trabalho a ser mais esmiuçado, mais debatido, para que, sem dúvida, possamos
posteriormente votá-los. Quero cumprimentar, mais uma vez, por esse exercício
de cidadania, os moradores da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. MARIA CELESTE: Um desagravo da bancada feminina aqui
desta Casa frente aos cartazes que, infelizmente, o senhor expositor da Tribuna
Popular trouxe a esta Casa, com um tema que não tinha a ver com esta Tribuna
Popular - a exposição da figura feminina -, e que agora ele continua mostrando
de uma forma bastante pejorativa. Nós estamos num desacordo, achamos um
desrespeito, um desagravo da bancada feminina desta Casa. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Recebo a solicitação de V. Ex.ª, não é
uma Questão de Ordem, mas tenho certeza de que o ilustre Dr. Edmundo Füller não
quis agredir a figura mais importante para todos nós, que é a mulher.
Dr.
Edmundo Füller, eu vou aproveitar a presença de V. S.ª aqui para relembrar as
vezes em que eu insisti com os Vereadores sobre a importância que tem o momento
da Pauta. Eu discuti este Projeto na Pauta, eu analisei os valores do metro
quadrado e não vi rejeições nem exclamações. Mas, com a isenção que esta Casa
sempre trata dos problemas, eu estou solicitando à Taquigrafia os apanhados
completos do que aconteceu na Tribuna Popular, para que sejam anexados ao
Projeto de permuta que está sobrestado, está na Mesa do Presidente da Casa. Há
uma informação do Ministério Público também, e nós vamos fazer uma análise profunda
com as diversas Lideranças, para que depois se dê continuidade ou não.
Esta
Casa trata os problemas sempre com muita seriedade, sempre com muita
responsabilidade, e eu gosto de dizer isso com a tranqüilidade com que falo
sempre.
Portanto,
eu agradeço a presença de V. Ex.ª. Em outras oportunidades nos encontraremos, e
lá no Gabinete do Presidente, mais uma vez, estamos à disposição de V. S.ª, e
sei que V. S.ª gostaria de dizer às nossas Vereadoras que não teve nenhuma
intenção de magoá-las. Saúde e paz.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª
SESSÃO
PROC. 0965/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 019/03, de
autoria da Ver.ª Berna Menezes, que
altera a Lei n.º 7.958, de 8 de janeiro de 1997, que dispõe sobre o reajuste da
tarifa do transporte coletivo do Município e dá outras providências.
PROC. 1226/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 027/03, de
autoria do Ver. Paulinho Ruben Berta, que
estabelece a obrigatoriedade de divulgação do montante de recursos destinados à
propaganda institucional, discriminados por segmento.
PROC. 1248/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º
023/03, de autoria do
Ver. Wilton Araújo, que institui a
Medalha Avenida Cultural Clébio Sória.
PROC. 1256/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 033/03, de
autoria do Ver. Elias Vidal, que
permite a instalação de estufas hidropônicas em áreas públicas ou particulares.
PROC. 1260/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 034/03, de
autoria do Ver. Elias Vidal, que
proíbe a circulação de pedestres e de veículos no Parque Farroupilha (Parque da
Redenção), após as 22 horas, e dá outras providências.
PROC. 1270/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º
025/03, de autoria do
Ver. Pedro Américo Leal, que altera
a Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e dá outras providências,
Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (altera denominação da Comissão
de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos)
PROC. 1566/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 046/03, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
cria, no âmbito do Município de Porto Alegre, creches para idosos.
2.ª SESSÃO
PROC.
1459/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 040/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Viaduto Clovis Pestana a
passagem de nível da Avenida Dom Pedro II, que transpõe a Avenida Benjamin
Constant.
PROC.
1463/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 031/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre
ao Engº Carlos Geyer Rodrigues.
PROC.
1491/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 032/03, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao músico
Carlos Farias Medina.
PROC.
1159/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 018/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor
João Alves dos Santos.
PROC.
1247/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 028/03, de autoria do Ver. Darci Campani, que institui o Dia Municipal dos
Resíduos Sólidos no Município de Porto Alegre.
PROC.
1448/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 028/03, de autoria do Ver. Elias Vidal, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Técnico de
Atletismo do Sport Club Internacional Antônio Pereira Amaral.
PROC.
1457/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 029/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Policial ao
Delegado da Polícia Federal Nicio Brasil Lacorte.
3.ª SESSÃO
PROC.
0761/03 - PROJETO DE LEI LEGISLATIVO N.º 013/03, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Praça Cláudio Dischinger
um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Três Figueiras.
PROC.
1271/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 003/03, que reabre o prazo para regularização das
construções clandestinas da Vila Farrapos, fixado no artigo 2.º da Lei
Complementar n.º 469, de 17 de dezembro de 2001.
PROC.
1275/03 - PROJETO DE LEI LEGISLATIVO N.º 037/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o título honorífico de
Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Francisco Novelletto Neto.
PROC.
1295/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 027/03, de autoria do Ver. Elias Vidal, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Músico
Bruno Neher.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Antes
de anunciar o primeiro orador inscrito em Pauta, concedo a palavra ao Ver.
Pedro Américo Leal em Tempo Especial.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, segunda-feira, 14 de abril, nós inauguramos o
prédio da Vigilância Sanitária. Não vi V. Ex.ª lá, Ver. Zé Valdir, tampouco a
nossa Ver.ª Maria Celeste, eu estava lá presente, porque foi uma luta de um ano
e meio para dar aos funcionários da Vigilância Sanitária um quartel, um lugar
para que eles pudessem trabalhar. Há uma concepção falha de que as coisas são
feitas só pelo Partido que está no Governo. Não, absolutamente! Tudo o que é
realizado é feito em benefício do povo, e são enormes as confluências de
esforços. Eu me dediquei muito a essa realização e vi, finalmente, erguido esse
trabalho profundo e muito útil a Porto Alegre. Nós temos agora duzentos e
cinqüenta homens e mulheres da Vigilância Sanitária com lugar para trabalhar. E
vejam os senhores o que é a Vigilância Sanitária! A Vigilância Sanitária é a
Secretaria de Saúde. Na Vigilância Sanitária vamos encontrar todas as defesas
que o Governo antepõe ao que pode suceder com a sociedade que ele protege. É
obrigado a proteger. São pessoas que não conhecemos. São técnicos, são
profissionais, são especializados em higiene, em saúde de toda a espécie.
O
Dr. Goulart - se o Dr. Goulart estivesse me dando atenção, ele poderia me
auxiliar, pois é um homem dedicado à saúde - é um médico, e nós, quando
estávamos na Comissão de Saúde, fizemos o que foi possível para tornar isso
realidade, fazer com que esse prédio fosse comprado, fosse equipado. V. Ex.ªs
precisam ir lá para ver. Eu fui lá dez vezes durante este tempo todo, me
apaixonei pelo trabalho que estavam fazendo. Por quê? Porque o trabalho que
fizeram é digno de destaque. Vocês vão observar uma equipe de duzentos e
cinqüenta técnicos, sob o comando do Dr. Marcelo Bósio, criatura muito
simpática e entendida em tudo, e muito humilde, sempre pronto a nos receber.
Fomos lá não sei quantas vezes, durante um ano e meio, mas foi equipado. V.
Ex.ª, que é um homem da saúde, precisa ver o primor que está aquele serviço.
São seis andares, primorosamente equipados, especializados, limpos, na última
palavra da técnica, prontos a trabalharem pela saúde. V. Ex.ª que é um
representante do corpo médico, é um operador emérito, opera duas, três, quatro vezes
por dia. Várias vezes eu o observo. Cuidado com a saúde, Ver. Dr. Goulart, V.
Ex.ª qualquer dia sucumbe aqui aos meus pés.
Chamo
a atenção de todo este Plenário para a grande realização que se obteve nesse
terreno. Tiramos daquele pombal - eu chamo de pombal da Secretaria Municipal da
Saúde, com quatro andares, não sei como, em 400m2, duzentas e
cinqüenta pessoas podiam se organizar -, transportamos para seis andares, num
prédio em frente ao Clube Internacional...
Desejo
destacar aqui este trabalho emérito, Ver. Dr. Goulart, que foi realizado e que
é digno de destaque.
Onde
estão as televisões? (Exibe o trabalho.) Olhem aqui o realizado nesta
inauguração em que esteve presente o Prefeito Verle.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa tem alguns problemas com
referência às solenidades que aqui vão se realizar, dependendo de convites que
devem ser enviados. Poderia a Mesa decidir e colocar ad referendum do Plenário, mas havendo vinte e três Vereadores no
Plenário, eu submeto à consideração.
A
Ver.ª Margarete Moraes deseja utilizar o tempo de Comunicações no dia 08 de
maio para homenagear o Bloco Afro Odomodê.
A
Mesa da Casa deseja homenagear a comunidade luso-brasileira no dia 24 de abril,
às 19h. (Pausa.)
Em
votação o Requerimento n.º 078/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que deseja
homenagear a Associação Atlética do Banco do Brasil, no dia 5 de maio.
Em
votação o Requerimento n.º 051/03, de autoria da Mesa Diretora, que deseja
homenagear as mães porto-alegrenses, no dia 6 de maio, às 17 horas.
Os
Srs. Vereadores que aprovam os Requerimentos supracitados permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADOS.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, se V. Ex.ª permitir,
gostaria de fazer um convite, extensivo a todos os Vereadores de Porto Alegre,
para a nossa 43.ª Via-Sacra de Porto Alegre, a via-sacra que acontece nesta
Sexta-feira Santa, no Morro da Cruz, na qual sou o protagonista. É um evento
cultural da cidade de Porto Alegre, inclusive fazendo parte do calendário da
Cidade. Portanto, convidamos, não só os Vereadores, mas todos aqueles que têm
um pouco de esperança, solidariedade, para que venham conosco, nesta caminhada,
participar da 43.ª Via-Sacra. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): É importante o convite que V. Ex.ª faz,
fazendo lembrar da minha infância, quando, em Caxias do Sul, aqueles jogadores
mais inveterados, que ficavam o dia inteiro no clube, jogando, na Sexta-feira
Santa, eles assistiam à procissão. Cumprimentos, acho que Porto Alegre também
está de parabéns por fazer quarenta e três vezes consecutivas a via-sacra, e V.
Ex.ª é o Jesus Cristo.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Ver.
Aldacir Oliboni vai ser o protagonista, e o faz como o grande ator que é, da
cerimônia da via-crúcis, que foi protagonizada pelas pessoas fundamentais do
gênero humano, e que celebra a crucificação de Jesus Cristo, e nos traz a idéia
da via-crúcis que os nossos idosos passam no sistema de saúde de Porto Alegre,
aos quais não é dado prerrogativa qualquer, exceto, eventualmente, em algum
estabelecimento mais diferenciado, a preferência pelo atendimento mais rápido.
Mas o idoso foi esquecido pela comunidade, porque a tendência do idoso é o seu encaminhamento
para o fim. Ele não é uma mão-de-obra como é a mão-de-obra do jovem; ele não
tem força; em geral, ele perde o viço, o brilho e a beleza. E, às vezes, o
olhar opaco, as cãs invadindo os seus cabelos mostram para nós as setas
indicando a chegada ao fim de sua trajetória neste mundo. Raramente o serviço
público investe no velho, no idoso; raramente o serviço público investe em
pessoas que não podem mais ingressar no trabalho e serem produtivas. Eu falo
dos deficientes físicos. E, à medida que o tempo vai passando, o velho vai-se
tornando um deficiente físico.
O
problema do idoso, no Brasil, é um problema de relações humanas. Nós não
podemos mais tolerar que uma sociedade inteira esqueça que o idoso, há alguns
anos, foi quem construiu este País, que o idoso de hoje, ontem começou o
acúmulo de conhecimentos, e é hoje, pela sua experiência, muito mais alma,
muito mais sentimento, muito mais inteligência, muito mais talento.
Se
o jovem tem a força, se o jovem tem a hegemonia pela beleza, pela liderança,
pela moldagem, o velho o tem pela alma, pelo afeto pela sabedoria e pela
inteligência.
Eu
falo tudo isso, porque, hoje, em Pauta, encontrei pela primeira vez, nesta
Casa, um Projeto brilhante, competente, humano, compreensivo com essa
problemática, do Ver. João Carlos Nedel, que propõe a criação de creche para
idosos. Certamente, este Projeto vai ser rejeitado, vai ser inconstitucional,
vai ter vício de origem, mas, pela primeira vez, talvez encontremos um caminho
para juntos, Legislativo e Executivo, providenciarmos uma mudança no olhar das
pessoas idosas, para que seja um olhar de esperança, um olhar de compreensão,
um olhar de admiração pelo que, socialmente, representam, por tudo que já
fizeram, mas, principalmente, pelo que podem fazer ainda, porque, na medida em
que aumenta a expectativa de vida, que não seja apenas a ante-sala do fim, e
por isso o Projeto do Ver. João Carlos Nedel é, certamente, um resgate dessa
faixa etária. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Pauta
tem hoje alguns Projetos de profundo significado que, evidentemente, despertam
a nossa atenção e, obviamente, deles vamos nos ocupar. Eu já tive oportunidade
de me referir, na Sessão anterior, a um deles, o PLCE n.º 003/02, que reabre o
prazo para regularização das construções clandestinas na Vila Farrapos, fixado
no art. 2.º da Lei Complementar n.º 469, de 17 de dezembro de 2001. O que
propõe objetivamente é que o prazo para os interessados requererem a
regularização das edificações será de trezentos e sessenta dias a contar da
vigência dessa Lei Complementar, ou seja, dois anos a mais do que constava no
Decreto n.º 8.574, de 24 de junho de 1985, Ver. João Antonio Dib, que era um
Decreto assinado por V. Ex.ª no início da regularização. Como nós sabemos,
esses processos de regularização são lentos; muitas vezes é preciso se adequar
às construções, existem alguns pormenores que não podem ser objeto de
transação, e o tempo mostrou a conveniência de se protelar por mais dois anos a
vigência desse Decreto, bem como da Lei Complementar de 17 de dezembro de 2001.
De
outra banda, a Ver.ª Berna Menezes, numa de suas passagens pela Casa,
deixou-nos um Projeto de Lei, que certamente vai merecer muita atenção da Casa,
na medida em que busca alterar a Lei n.º 7.958, de 8 de janeiro de 1997, que
dispõe sobre o reajuste da tarifa do transporte coletivo do Município e dá
outras providências. O que pretende a Vereadora? Pretende revogar as
disposições do inciso II, do parágrafo 1.º do art. 1º da Lei n.º 7.958 de 8 de
janeiro de 1997, que determina que as tarifas dos serviços de transporte
coletivo por ônibus no Município de Porto Alegre serão fixadas pelo Poder
Executivo a pedido das empresas de ônibus de Porto Alegre - SEOPA, quando a
inflação acumulada desde o último reajuste, medida pelo IGPM, da Fundação
Getúlio Vargas, ultrapassar 8%. Não quer a Vereadora que exista esse gatilho
deflagrador e propõe ao debate da Casa essa proposição que vai precisar ser
estudada em conjunto, não está anexada aqui. Seria conveniente que fosse
anexado o teor da Lei que está sendo modificada e que agora ficará sem um dos
seus itens, e a pura supressão poderá nos dar uma situação de descontrole na
área.
Sou
a favor das coisas bem regradas, não sei se este regramento tem dado motivos a
dificuldades de execução da política municipal nesse setor. Pela exposição de
motivos isso não ocorre, porque a própria Ver.ª Berna Menezes tem salientado o
bom senso do empresariado, que tem utilizado esse expediente com muita cautela,
e certamente a prática e a repetição desses acontecimentos nos ensejarão, com
toda certeza, poder aprofundar o exame da matéria, que parece simples, mas que
tem profundas conseqüências.
Finalmente,
Sr. Presidente, eu quero, ainda que de passagem, cumprimentar o Ver. João
Carlos Nedel pela sua fé na execução dos trabalhos do Município de Porto
Alegre. O Ver. João Carlos Nedel está propondo a denominação de Viaduto Clóvis
Pestana à passagem de nível da Av.
Dom Pedro II que transpõe a Av. Benjamim Constant. Essa obra, uma das tantas
projetadas, que foi sequer iniciada, o Ver. João Carlos Nedel, com muita fé, se
propõe a denominar com o nome do ex-Ministro dos Transportes Clóvis Pestana,
ex-Deputado Federal, cidadão extremamente útil. Queira Deus que nessa obra ele
tenha mais felicidade do que nós estamos tendo nas outras obras, como o Viaduto
da Nilo Peçanha, que se encontra, lamentavelmente, com mais de um ano de atraso
Essa obra da Dom Pedro II, segundo me consta, ainda não tem projeto executivo.
Está projetado ser licitado ao longo deste ano, com prazo de execução de dezoit
meses. Queira Deus que isso possa acontecer e que o Ver. João Carlos Nedel tenha
a felicidade de ver concluído esse Viaduto com o nome de Clóvis Pestana, que é
a proposta que ele apresenta à Casa neste momento e que merece as nossas
considerações. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que temos de aproveitar este momento da
Pauta para nos aprofundar, dialogar, contribuir no que se refere ao conjunto
dos Projetos que estão arrolados.
Eu
destaco um Projeto – é uma pena que não tive conhecimento da idéia antes, para
poder contribuir com o autor – de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que propõe
a criação, no Município, de creche para idosos. Eu acho que o debate tem de dar
a nós todos a possibilidade de crescimento. A política voltada para o idoso é
uma política que, enquanto legislação, enquanto orientação por leis
complementares, avançou muito. Ainda temos um longo caminho, Ver. Isaac
Ainhorn, para avançar na prática, na consolidação dos direitos dos idosos na
vida, no cotidiano. Acho que isso é visível. Nos meios culturais, na mídia,
esse debate está sempre muito presente. A própria Campanha da Fraternidade
deste ano visa a trabalhar o tema da dignidade do idoso. Mas nós temos, como eu
disse, a Política Nacional do Idoso, a Lei que regulamenta a Política Nacional
do Idoso, e essa legislação cria um conjunto de normatizações no atendimento ao
idoso. E, na área da assistência ao idoso, essa política orienta que as
diretrizes públicas dos gestores municipal, estadual e federal ponham em
funcionamento um conjunto de serviços: centro de convivência do idoso, centro
de cuidados do idoso, casas-lares, abrigos, oficinas, atendimentos domiciliares.
Então, tem um regulamento, uma legislação federal, legislações municipais que
orientam a política voltada para o idoso. A proposição do Vereador corre por
fora disso, destoa disso e eu estou trazendo esta contribuição. Vou passar um
exemplar da política nacional do idoso para ele poder se aconselhar, para que
possa ou remontar o seu Projeto ou que, a partir de uma iniciativa de um
indicativo à Prefeitura, Ver. Zé Valdir, ele possa dialogar, se tem uma demanda
específica, porque está solicitando um Projeto para criar creche e, na
realidade, este tipo de atendimento é constituído através de um centro-dia do
idoso, um programa que a Prefeitura já tem. A Prefeitura já tem, na área da
Assistência Social, um programa que vem-se desenvolvendo que é o Centro-Dia do
Idoso, que cumpre as tarefas listadas pelo Vereador nesta Lei, programa esse
que já tem uma casa funcionando na Vila Floresta, tem uma programação de
extensão deste programa.
Eu
acredito que a melhor iniciativa do Vereador seria retirar este Projeto de
tramitação. Além de ele não dialogar com a política nacional do idoso, com a
legislação do idoso, ele é contrário, ele é divergente da política, ele está
tratando de uma matéria que, na realidade, já existe na vida prática.
Eu
acho que, para agregar ao debate sobre a questão da campanha da CNBB
relacionada ao idoso e a todo o debate que temos que fazer para, cada vez mais,
constituir políticas públicas para o idoso, o interessante seria a gente abrir
um debate aqui de como poderíamos agregar, como poderíamos ampliar o que já é
lei, consolidar na sociedade o que já é lei, como é o caso da legislação
nacional e municipal do idoso, e abrir um debate na própria Prefeitura no
sentido de estender o programa que já existe, porque a Lei, como já disse, está
destoando de tudo aquilo que a gente já caminhou e consolidou em defesa do
idoso.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A palavra está à disposição do Ver. Elias
Vidal para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Zé Valdir está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje
nós temos na Pauta vários projetos importantes. Quero destacar dois Projetos,
um do Ver. Elias Vidal, que propõe que a partir das 22h seja proibido o
trânsito de veículos e pessoas no Parque da Redenção, e outro do Ver. Pedro
Américo Leal, que pretende alterar a CEDECONDH, a Comissão de Defesa do
Consumidor e Direitos Humanos, agregando a esta Comissão o tema da segurança
urbana.
Por
que estou destacando estes dois Projetos? Porque na justificativa destes dois
Projetos é muito interessante a constatação de que a violência na nossa Cidade
continua. E não só na nossa Cidade, também no nosso Estado. Continua. Eles não
chegam a dizer que aumentou, mas a gente sabe que é isso. Então, eu quero fazer
uma saudação pela volta ao tema, eu quero saudar o Ver. Pedro Américo Leal, que
estava silencioso. E quando o Ver. Pedro Américo Leal fica silencioso é porque
alguma coisa muito grave está acontecendo. Ele estava silencioso sobre o tema da
segurança. Então, eu quero fazer uma saudação pela volta a esse debate sobre
segurança. Quero fazer essa saudação pela volta, porque, por muito tempo, e não
só aqui - depois eu vou dizer -, esse tema estava fora de moda, ultimamente.
Segurança. Desde o início do mês de janeiro, quando assumiu o novo Governo do
Estado, que é o responsável constitucional pela segurança, esse tema começou a
se esvair, e não se fala mais sobre ele nesta Casa. Na imprensa, agora se fala,
mas com outra abordagem. Ver. Juarez Pinheiro.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Zé Valdir, eu acho que V. Ex.ª referiu um tema importante.
Todos nós, aqui, sabemos a trajetória do Ver. Pedro Américo Leal na discussão
de temas sobre segurança, e ele, brilhante Vereador, está simplesmente silente,
não fala em segurança.
O SR. ZÉ VALDIR:
Surpreendente.
O Sr. Juarez Pinheiro: ... e nós sabemos que, em alguns tipos de
crimes, aumentou o índice de violência em nosso Estado. O Ver. Pedro Américo
Leal precisa nos dizer por que ele está tão quieto, ele não fala mais em
segurança.
O SR. ZÉ VALDIR: É surpreendente. É, talvez, uma retirada
estratégica, mas, nesse tema da segurança, nós temos de distinguir duas coisas,
duas realidades: uma é a realidade da comunicação, como é que esse tema á
apresentado, principalmente por aquele setor da comunicação que tinha na
Segurança, durante o Governo passado, o prato predileto; o outro é a realidade
fática, a realidade dos fatos, a realidade da vida. Pois, na realidade virtual,
da comunicação, esse tema desapareceu. No início, tentaram mostrar que a
realidade tinha mudado drasticamente a partir do dia 1.º de janeiro, com o novo
Governo. Mas isso não colou, não deu certo, porque a realidade fática é outra.
Então, agora, neste mundo virtual da comunicação, dos setores da comunicação
que tinham, na questão da segurança, o prato predileto, esse tema é abordado de
uma forma muito inteligente. Agora é a partir das ações da polícia. Sempre,
quando dá a notícia, na televisão ou no jornal é sempre a partir de uma ação da
polícia, é sempre de afirmação do Governo, totalmente diferente de como era no
Governo anterior, onde chegava a mostrar o policial prendendo o sujeito e, ao
mesmo tempo, a notícia era crítica, dizendo que o Governo não estava fazendo
nada e, às vezes, a própria imagem desmentia
isso.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Zé Valdir, o que está em discussão é
o Projeto de denominação e não a política de segurança.
O SR. ZÉ VALDIR: Exatamente, é a política de segurança que
estamos discutindo através dos dois Projetos dos dois Vereadores.
Agora,
mais uma prova de que esse assunto não se quer mais discutir aqui na Câmara. Eu
acho muito interessante isso, e quero saudar os Vereadores que propuseram esse
tema para nós voltarmos ao debate.
Esta
Casa é surpreendente: o debate, a partir do dia 1.º de janeiro, sumiu, não há
mais problema de segurança na Cidade. E o Ver. Ervino Besson vem tentar-me
calar e impedir, nos poucos momentos que a gente tem de debate do tema, através
de um artifício regimental.
Eu encerro, Sr.
Presidente, mas vou voltar a esse tema, porque estes dois Projetos são muito
importantes para nós voltarmos ao assunto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Zé Valdir, V. Ex.ª não
discutiu o Projeto de Resolução do Ver. Pedro Américo Leal, que apenas deseja
trocar o nome da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos.
O SR. ZÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, respeito V. Ex.ª, V. Ex.ª
é o Presidente, mas divirjo da sua interpretação. Se V. Ex.ª ler a
Justificativa dos dois Projetos, esta Justificativa trabalha a realidade
fática, a qual eu discuti no Plenário. Então, eu discuti os dois Projetos a
partir da realidade fática, a qual motivou os dois Projetos. Inclusive consta
da justificativa dos dois Projetos. Por isso, não concordo com V. Ex.ª, mas
defenderei até a morte o seu direito e a legitimidade de fazê-lo.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): V. Ex.ª está vibrante hoje, Ver. Zé
Valdir, no entanto, é a mudança de nome da Comissão que está em jogo. Mas, de
qualquer forma, foi válido o debate.
O
Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, pessoas que nos assistem pela TV Câmara, pessoas que ocupam as
galerias, eu quero usar, mais uma vez, o tempo de Liderança para falar de um
assunto que nós temos estudado e temos debatido. Trago aqui estas duas pastas
para mostrar, mais uma vez, que nós não estamos iniciando no estudo que diz
respeito aos “pardais” e às câmeras de vídeo no Centro de Porto Alegre.
Portanto, Srs. Vereadores, vamos tratar, sim, de segurança pública municipal.
Eu
estive, alguns dias atrás, numa reunião com o nosso Prefeito João Verle, uma
pessoa muito educada, uma pessoa que nos recebeu de uma forma muito agradável e
uma pessoa, Srs. Vereadores, sensível aos problemas que têm acontecido com a
segurança pública no Centro de Porto Alegre.
Nessa
reunião, nós expusemos ao Prefeito as questões das necessidades e anseios dos
porto-alegrenses, Ver. Pedro Américo Leal, da instalação de câmeras de vídeo no
Centro de Porto Alegre. Já está “caindo de maduro”, já passou do prazo de nós
termos câmeras de vídeo no Centro de Porto Alegre! Volto a repetir aqui: Novo
Hamburgo gastou 310 mil reais, instalou câmeras de vídeo, o que diminuiu em 80%
a criminalidade no Centro de Novo Hamburgo, segundo dados da população daquela
Cidade; dados esses que nos foram divulgados através de um programa na Rádio
Bandeirantes.
Recentemente,
o Prefeito de Praia Grande, no litoral de São Paulo, instalou câmeras de vídeo,
onde foram gastos 4 milhões, diminuindo em 40% a criminalidade do Centro da
cidade de Praia Grande.
Quero
lembrar, também, Sr. Vereadores, que o Rio de Janeiro sofre uma baixa de 40% no
seu comércio no Centro, porque as pessoas estão amedrontadas de freqüentar o
Centro do Rio de Janeiro. Isso está acontecendo lá, mas, se nós não cuidarmos,
em breve irá acontecer aqui também. Os comerciantes já estão esperneando.
Recentemente fiz uma pesquisa, onde 85% dos comerciantes do centro de Porto
Alegre aprovam a instalação das câmaras de vídeo.
Mas
quero voltar um pouco a essa visita, a essa reunião que tivemos com o Prefeito
João Verle. Participou, também, a Secretária Municipal de Direitos Humanos e
Segurança Urbana, a Sr.ª Helena Bonumá, que se manifestou contrária à
instalação das câmaras de vídeo, dizendo que o gasto é exorbitante – 500 mil
reais – para dar segurança. Eu pergunto: Quinhentos mil reais, para colocar
segurança no Centro de Porto Alegre, será que é uma quantidade exorbitante,
realmente? Será que os porto-alegrenses não merecem essa segurança no Centro da
nossa Capital? Ela se diz contrária às instalações de câmaras de vídeo. O jornal
O Sul, de 04 de abril, traz aqui:
“Cento e cinqüenta câmaras de tevê vão vigiar passageiros no TRENSURB”; está
aqui o jornal O Sul. (Mostra o
jornal.) Cento e cinqüenta câmeras vão vigiar o TRENSURB. Olhem o que diz a
manchete: (Lê.) “Os usuários e funcionários do TRENSURB, empresa de trens
urbanos de Porto Alegre, já podem se sentir mais protegidos. A diretoria da
empresa assinou ontem a colocação de cento e cinqüenta câmeras de televisão que
irão integrar o circuito fechado de tevê para dar mais segurança.”
Nós
sabemos que essa questão da colocação de câmeras de vídeo, Ver. Pedro Américo
Leal e Srs. Vereadores, não vai exterminar por completo a questão da segurança
no Centro de Porto Alegre, mas alguma coisa tem que ser feita. Não adianta,
depois que o ladrão entrar, nós colocarmos as trancas.
Nós
vamos continuar debatendo essa questão. Diz o ditado: “Água mole em pedra dura
tanto bate até que fura.” Câmara Municipal de Vereadores, câmeras de vídeo no
Centro de Porto Alegre, já! Muito obrigado Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib,
Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, que maravilha que é uma parte em
que o PT trabalhou direito: a Vigilância Sanitária. E, junto com o Ver. Aldacir
Oliboni e o Ver. Pedro Américo Leal, nós estávamos entre os Vereadores que
lutaram bastante contra isso, apesar da resistência do Ver. Sebastião Melo, que
foi o único voto contrário, na ocasião.
Nós
fizemos um belo trabalho aqui, sustentamos a necessidade, e hoje, conforme o
Ver. Pedro Américo Leal diz, o que o Ver. Aldacir Oliboni e o Ver. Dr. Goulart
ajudaram na construção disso... E eu tive a satisfação de ser o Relator desse
Projeto, indicando a compra de 1 milhão e 400, de uma coisa que agora é modelar
e, inclusive, exemplo para o Brasil. Maravilhosas as palavras do Ver. Pedro
Américo Leal, maravilhoso o local. Viram como o PT trabalha bem quando quer?
Viram como consegue trabalhar bem?
Mas,
que engraçado, agora falando sobre as greves! Que engraçado o que aconteceu! A
Prefeitura de Porto Alegre, que traz nas suas entranhas o pensamento do PT,
pediu a ilegalidade da greve dos trabalhadores. Nem no tempo da ditadura se
pediu ilegalidade de uma greve! E que engraçado! Quem é o Presidente da
República, hoje? Ah, é o Lula, o Luiz Inácio da Silva Lula. Quem é esse homem?
Ah, é um homem que se revelou na greve do ABC, nos anos oitenta, na greve
contra os maus patrões. Foi preso, porque ela era ilegal. Coitado do Lula, foi
um mártir! E dali começou o seu trabalho, a sua ascensão, e, hoje, é Presidente
da República. Ah, mas os que apóiam o Lula diretamente aqui na cidade de Porto
Alegre não pensam desse jeito. E, sugerem, suplicam, delatam os trabalhadores
de Saúde. Uma barbaridade! Como é que o Partido dos Trabalhadores - Par-ti-do
dos Tra-ba-lha-do-res - pede a ilegalidade da greve? Como? Presidente Lula,
Dep. Henrique Fontana, socorro! Socorro, Dep. Henrique Fontana! Conte para o
seu Presidente o que está sendo feito na cidade de Porto Alegre.
E
vejam como é tendencioso o Juiz que decreta a ilegalidade da greve. Nós não
recebemos a citação, mas está escrito na imprensa. A multa, senhores, é de 500
mil reais por dia para o Sindicato Médico. Também é preconceituoso o Juiz,
cheio de preconceito! Para qual o Sindicato que ele ia colocar 500 mil? Para
algum sindicato patronal? Mas sindicato patronal não faz greve, porque os
patrões dão é “pau” nos seus comandados. Sindicato patronal não faz greve. Esse
poderia pagar 500 mil e não um sindicato que tem 95% dos médicos no serviço
público, que ganham entre 750 reais e
mil e 800 reais. Como pode um sindicato desses pagar 500 mil, Sr. Juiz? O
senhor também é preconceituoso; o senhor também acredita em conto de fadas e em
Papai Noel, que os médicos são milionários neste momento! Como são milionários,
se estão querendo brigar pela dignidade? Ah! O juiz conseguiu curvar a coluna
dos médicos! Claro que têm de voltar ao trabalho! Eu sempre achei que têm de
voltar ao trabalho, porque greve na Saúde é ruim! Eu não quero fazer greve e
não quero que façam greve! Não tem que haver greve. Têm de voltar, e ainda mais
que o sindicato vai pagar 500 mil reais! Que covardia! Que covardia!
Mas
há uma luz! Há uma luz, senhores e senhoras: o Ministério Público aceitou a
parceria da Comissão de Saúde desta Câmara, por ocasião da visita feita pelo
Presidente da Comissão, Ver. Beto Moesch, e por este Vice-Presidente, Ver. Dr.
Goulart, e vai abrir um inquérito para saber por que é que o Prefeito, por que
é que o Secretário - que trabalha mal para o seu Prefeito - não fez ainda o
plano de carreira orientado depois de dois anos da municipalização da Saúde.
Então,
estão curvados os médicos, dobraram a coluna? Não! Continuaremos lutando e
agora vamos, em parceria com o Ministério Público, para cima dos maus gestores,
dos homens que maltratam a Saúde!
Um
recadinho para vocês: vão voltar os médicos a trabalhar “a pau”, mas não vai-se
resolver o problema da Saúde. Não vai-se resolver porque o problema não é esse!
O problema é conjuntural e também estrutural e todos os “al” que possa haver
numa administração. É o mau trabalho do gestor.
Vão
voltar os médicos e não vai resolver o teu problema, doente, necessitado de um
exame, necessitado de uma cirurgia. E você que está ouvindo, que sofre no
dia-a-dia e que tem em casa pelo menos uma pessoa precisando, sabe o que este
Vereador está dizendo! Meus pêsames, público de Porto Alegre, neste momento.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apenas para amenizar, nós estamos no
período de Pauta, mas há algumas inscrições para Comunicação de Líder. Eu faço
um apelo ao Ver. João Carlos Nedel, que deseja criar creches para idosos, por
que não uma casa ou um lar para idosos? Ao fazermos creches, que são para
crianças, nós estaremos chamando os idosos de crianças e os desrespeitando.
Fica à consideração de V. Ex.ª.
O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, João Antonio Dib, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores. Não vou mais falar na Saúde, porque a capacidade
do Ver. Dr. Goulart já colocou, aqui, bem claramente, a falta de comportamento
da Prefeitura. Mas vou falar sobre habitação, Ver. Isaac Ainhorn. O Ver. Ervino
Besson e eu fomos à Vila Limite, entre os bairros Glória e Teresópolis, para
mostrar as condições em que moram essas pessoas nesse terreno invadido, as
quais o Orçamento Participativo prometeu recolocar. Aí estão as fotos de como
vivem essas pessoas. (Mostra as fotos.)
Mas
o mais grave é que nas melhores casas, Ver. Isaac Ainhorn, estão cartazes
chamando para a reunião do Orçamento Participativo hoje. E eu convoco o Ver. Zé
Valdir, que era um dos que mais agitava no tal de “orçamento paliativo,
enganativo”, que vá à reunião e que lute por essas pessoas para realmente
conseguirem. Mostro aqui a foto do cartaz que estava nas melhores casas daquela
invasão. (Mostra a foto.)
Hoje
eles vão à reunião do Orçamento Participativo, e vou repetir o endereço. Dia 16
de abril – hoje -, na Rua Siqueira Campos n.º 1300, 14.º andar – ali na
Prefeitura velha, na administração do Município. Depois vou passar para o Ver.
Zé Valdir ver, ele que era tão interessado antes, e que agora não está mais tão
interessado.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Zé Valdir.)
Não
vou parecer enrolativo, não vou ser enrolado. Quanto à segurança, Zé Valdir....
O Ver. Zé Valdir não ...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Há um orador na tribuna, por favor, o
Plenário ...
O SR. CASSIÁ CARPES: O Ver. Zé Valdir, e até convoco também
para não ser injusto com o homem que agitava as massas no Orçamento
Participativo...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Zé Valdir.)
É
liderança, V. Ex.ª tem que saber o Regimento.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Zé Valdir.)
Depois
V. Ex.ª use a Liderança do seu Partido.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Zé Valdir.)
Use
a Liderança do seu Partido. Se V. Ex.ª não tiver capacidade, use a Liderança do
seu Partido.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, parei o tempo do
Vereador na tribuna. Solicito que o Plenário respeite o Regimento.
(Manifestações
do Plenário.)
Ver.
Zé Valdir, eu não devo chamar a atenção especificamente do Vereador.
O SR. CASSIÁ CARPES: Depois V. Ex.ª use a Liderança, Ver. Zé
Valdir.
(Manifestações
do Plenário.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h07min.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às
16h08min): Estão
reabertos os trabalhos.
Srs.
Vereadores, esta Casa tem de votar Vetos, e peço que, no Plenário, todos os
Vereadores ouçam com atenção o orador na tribuna. Todos os Vereadores podem,
por seus Partidos, ocupar o tempo de Comunicação de Líder. Tem de haver
respeito e ouvidos para todos.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, é uma Questão de Ordem,
preservando o direito de dizer, e o Regimento oferece todos os mecanismos para
a resposta. Tem de ser assegurado ao orador o direito de dizer. Isso é
princípio universal e está no nosso Regimento. Há mecanismos para resposta.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não foi Questão de Ordem.
Se
não for Questão de Ordem, Ver. Marcelo Danéris, amparado no Regimento ou na Lei
Orgânica, eu não lhe darei Questão de Ordem.
O SR. MARCELO DANÉRIS: É uma Questão de Ordem e de Regimento. O
Vereador deve ser tratado, mesmo que da tribuna e preservando a opinião de quem
está na tribuna, como V. Ex.ª, como manda o Regimento, e não tratado como Zé
Valdir, que isso, que aquilo. É um respeito que o Regimento exige. É uma
Questão de Ordem.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não é uma Questão de Ordem, mas vou
aceitar a colocação de V. Ex.ª quanto ao Regimento. Mas o nome parlamentar do
Vereador é Zé Valdir, e, ao dizer Zé Valdir, não há agressão.
Não
vou mais conceder Questão de Ordem, há um orador na tribuna, ele vai continuar
o seu discurso. Peço a atenção do Plenário, a gentileza de ouvir com atenção e
depois utilizem o seu tempo.
O SR. ZÉ VALDIR (Requerimento): Solicito que o orador retire da sua
locução que eu não apareço no Orçamento Participativo, porque isso é mentira!
Isso é mentira!
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, isso é agressão também.
V. Ex.ª poderá fazer o Requerimento ao término do pronunciamento do orador.
Volto
o tempo ao Ver. Cassiá Carpes.
O SR. CASSIÁ CARPES: Ver. Zé Valdir, quero dizer que o nome
de V. Ex.ª está lá como Zé Valdir, não estou infringindo. Estou dizendo que o
senhor deve aparecer hoje de noite...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Zé Valdir.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Peço, mais uma vez, a atenção do
Plenário. Peço a atenção do Ver. Zé Valdir, por favor!
O SR. CASSIÁ CARPES: O Ver. Zé Valdir pode usar, depois, a
Liderança do seu Partido. Eu estou usando a Liderança do meu Partido.
O
Ver. Zé Valdir tem que comparecer hoje à noite - foi isso que eu disse -, às
19h, na Rua Siqueira Campos, 1.300, para resolver o problema de habitação do
pessoal que invadiu entre Glória e Teresópolis.
O
senhor não teve coragem de dizer aqui o nome do Bisol, que quebrou a Brigada
Militar, que liquidou com a Polícia Civil, que terminou com a Segurança no
Estado. O senhor não teve a coragem de dizer o nome do Bisol aqui! Isso o
senhor não disse aqui nesta tribuna para o povo do Rio Grande, porque o senhor
não tem coragem de citar esse nome que demoliu a Segurança Pública do nosso
Estado. Isso é conseqüência de um mau Governo de V. Ex.ª. Defenda o seu Governo
usando o período da Liderança do seu Partido. O que nós queremos é que o PT,
que não tem mais o ombro do Governo do Estado, resolva os seus problemas na
cidade de Porto Alegre. Já que prometeu casa e está instigando a invasão no
Município, tem de comparecer à reunião preparatória, hoje de noite, e resolver
os problemas dessas pessoas, que estão sendo iludidas dentro de Porto Alegre.
Hoje houve um despejo, mas quando não é do PT, há o despejo; quando é do PT,
leva para o Orçamento Participativo, que não resolve, que é um paliativo com o
que ficam enganando a população de Porto Alegre. Muito obrigado, Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu peço que o Plenário se mantenha da
mesma forma que está neste momento, restabelecida a tranqüilidade. (Pausa.)
Eu
solicito ao Plenário que seja restabelecida a tranqüilidade e a ordem para que
o Ver. Carlos Alberto Garcia possa fazer uso da palavra para uma Comunicação de
Líder.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, parece que o clima está tenso, mas é o Plenário, e
isso faz parte. Eu vou me deter no meu tempo de Liderança para falar sobre a
questão da greve dos servidores da Saúde. Foi decretada, hoje, a ilegalidade da
greve, e nós, do Partido Socialista Brasileiro, temos uma posição muito clara,
uma posição de luta, há muitos anos, que entende que a questão da ilegalidade
da greve é uma questão de mérito jurídico. Nós entendemos que é um direito de
todo e qualquer trabalhador ir à greve, que é um direito postular melhoria. Em
cima desses argumentos, o PSB vem, mais uma vez, utilizar essa tribuna e dizer
que a questão da ilegalidade da greve é uma questão essencialmente de mérito do
Judiciário.
Nós,
como Partido Socialista, um Partido que tem toda a sua trajetória na luta das
categorias minoritárias desse País, vimos, mais uma vez, dizer que a greve é um
direito de todo e qualquer trabalhador, inclusive o da Saúde. Por isto, nós
entendemos que a questão do direito de greve é justa, é legítima. Entendemos
também que esta Casa, que tentou intermediar e tenta, deve, sim, ser uma voz
intermediária, uma voz de articulação. Um dia usei uma história ouvida na minha
infância: dois queriam comer feno, mas quando cada um puxa para um lado, nenhum
consegue. Esse clima tenso que ficou ao longo desse tempo todo, tranqüilamente,
com a visão pluralista desta Casa, ela simplesmente pode intermediar ouvindo.
Cada um tem as suas visões, as suas verdades, as suas razões para colocar isto
em bom termo. Dizemos também que entrar numa greve é muito fácil; sair da greve
é difícil, cada um com as suas postulações. Mas eu volto a insistir que é uma
questão de honra do Partido, uma questão de luta, uma questão nacional
assegurar que o direito de greve é um direito legítimo de todo e qualquer
trabalhador, seja qual for a natureza, inclusive dos trabalhos ditos
“essenciais”. Nós entendemos que os trabalhadores, quando entram em greve,
sabem das suas decisões. Ao mesmo tempo, também sabem das suas reivindicações.
São todas pessoas adultas, pessoas que, ao longo de suas vidas, têm as suas
trajetórias, postulados os seus trabalhos. É por isso que entendemos legítimo,
digno que os trabalhadores sempre postulem. Em cima disso, mais uma vez, o PSB
vem manifestar que a questão da ilegalidade da greve é do mérito jurídico, não
do mérito conceitual, pois que entendemos legítimo qualquer categoria postular
o seu direito de greve. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, srs.
assistentes presentes nas galerias e em casa, nós vamos voltar hoje a um
assunto que já foi tratado. O assunto é a Casa de Acolhimento para Menores até
quatorze anos, no Bairro Santo Antônio. Essa Casa de Acolhimento tem o vivo
interesse da comunidade de que ela não se localize naquele bairro. Por quê?
Primeiro, a comunidade se mobilizou, foi às instâncias de participação popular
colocadas à disposição pelo Executivo - e não são poucas; eu diria até que são
tantas as opções que elas acabam criando barreiras para que demandas legítimas
da comunidade se efetivem e cheguem a se concretizar. A comunidade do Bairro se
mobiliza e solicita uma creche. Vai ao Orçamento Participativo, vai ao Conselho
Popular, vai ao Conselho dos Menores, vai ao Conselho... Enfim, Ver. Haroldo de
Souza, são tantos os Conselhos, tantos os fóruns, tantas as siglas que a
comunidade cansou de ir. Cansou de ir, mas deixou gravada a sua vontade, a
vontade de fazer nascer ali uma creche, creche essa que seria, sem dúvida
nenhuma, o estágio anterior à Casa de Acolhimento. Nas cidades onde há
creches... E Porto Alegre não é uma dessas cidades. Há uma grande necessidade
de creches na Cidade de Porto Alegre. Porto Alegre deveria ter mais vinte,
vinte e cinco creches, no mínimo. No mínimo! Em vez disso o Poder Público
Municipal suspende, não constrói, não está junto com a comunidade, Ver. Zé
Valdir. Nesse sentido cresce o movimento no Bairro Santo Antônio para seja
respeitado o direito dos moradores daquele Bairro.
Hoje,
às 18h, haverá um movimento em frente ao prédio que se ergue - porque se ergue
um prédio público – o qual pode ser utilizado também, ou trocando-se a
finalidade dele, para o que a comunidade deseja, que é a creche, não a casa de
acolhimento.
Quem
conhece casa de acolhimento sabe que essa política é capenga. Por quê? Porque
colocam os meninos de rua dentro da casa de acolhimento; durante a noite eles
estão lá e, de manhã, cedinho, estão fora, estão novamente nas ruas, estão
novamente a “cheirar”, estão novamente sem nada para fazer, sem educação, sem
entretenimento, sem esporte; voltam às drogas. Que política é essa que, em vez
de tirar da rua, em vez de colocar na escola, de dar alimentação, de procurar
reintegrar essas pessoas à comunidade, coloca-as num dormitório? Na verdade,
funciona como um dormitório. Por exemplo, na Rua Voluntários da Pátria há uma
casa dessas, e quem passou ali, quem já viu, quem se deteve, quem tentou entrar
na garagem do Hotel Ritter, por exemplo, que é ao lado, sabe do que estou
falando: durante o dia inteiro, eles estão ali sem fazer nada. Que diabo de
programa é esse, que casa de acolhimento é essa, que política de educação é
essa de retirar das ruas o menor, quando, às 6 ou 7h, ele é expulso da casa de
acolhimento, voltando a fazer tudo o que não deve, porque não tem sustentação,
porque não tem suporte do Poder Público! É esse tipo de casa - se não é a
transferência dessa da Rua Voluntários para o Bairro Santo Antônio - que a
comunidade não quer, por três motivos: primeiro, não foi consultada; segundo,
quer uma creche; terceiro, não acredita na política da casa de acolhimento.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, o assunto da greve dos médicos e odontólogos já
foi devidamente trazido aqui, dentre outros, pelo nosso Vice-Presidente da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Ver. Dr. Humberto Goulart. Ainda ontem, às
18h30min, conseguimos um avanço importante no Ministério Público. Por isso,
quero aproveitar este espaço para mostrar para os telespectadores do Canal 16
os vários assuntos que pulsam nesta Cidade e como esta Casa está atenta a eles.
Semana passada, havia
trazido, aqui, o tema do corte de uma árvore de mais de quarenta anos, árvore
da Mata Atlântica, chamada Guapuruvu, lá no Bairro Assunção. Nós tínhamos
conseguido a suspensão do corte dessa árvore, porque mostramos várias
irregularidades de uma decisão judicial. A SMAM deu uma licença para cortar a
árvore, num primeiro momento, depois voltou atrás, por pressão da comunidade do
Bairro Assunção. O proprietário do terreno ao lado, onde se encontra a árvore,
em uma calçada, entrou na Justiça para que a árvore fosse retirada. A
Procuradoria do Município, que deveria zelar pelo patrimônio público, qual seja
uma árvore, ao invés de ir até o fim, fez um acordo com o proprietário para que
a árvore fosse retirada. Não zelou pelo patrimônio público!
E, mais, a árvore, ao ser
retirada, e ela já foi retirada, desrespeitando a cidadania, desrespeitando um
pleito legítimo da sociedade, não tinha ali um técnico responsável, como exige
a legislação, pelo corte da árvore.
Ao cortar a árvore, outras
árvores estavam sendo prejudicadas, porque não estava sendo devidamente
cortada, pois não tinha apoio técnico. A fauna não foi estudada pelo laudo,
como exige a legislação. Existiam casas de passarinhos nessa árvore, porque uma
árvore é um grande ecossistema, e não apenas um ser vivo. A árvore foi tombada.
E, mais, o proprietário estava vendendo a madeira para uma olaria, e a árvore
nos pertence.
A moradora que liderou o
movimento em nenhum momento foi avisada do corte da árvore pela Prefeitura. A
Prefeitura não se dignou ao menos em zelar pelo Princípio da Informação que
está ali na Constituição Federal. Princípio da Informação - cidadania
atropelada mais uma vez pela Prefeitura de Porto Alegre, que diz que esta é a
Capital da cidadania pelos seus cidadãos. Mas os seus cidadãos são atropelados
e desrespeitados pelo Executivo que aí está.
E mais, assim como o
Secretário do Meio Ambiente anterior, que responde por processo judicial por
improbidade administrativa, porque fez uma tremenda barbaridade, fez uma
barbeiragem ali na Av. Diário de Notícias, responde por improbidade
administrativa, envergonhando a história ambiental desta cidade de Porto
Alegre, e que hoje é Secretário-Geral de Governo, que, Ver. João Bosco Vaz, não
respondia aos nossos telefonemas, às nossas demandas, pois o atual Secretário
também não nos responde e envergonha esta Cidade, envergonha este Parlamento.
Secretários que aí estão, que sequer respondem às demandas da Câmara de Vereadores.
Quero aqui dizer que me envergonho de ser cidadão de Porto Alegre com o Executivo que aí está, que atropela a cidadania e desrespeita este Parlamento. Mas estamos atentos, porque isso não pode continuar como está. É uma vergonha!
Lamento a atitude do Secretário atual do Meio Ambiente, assim como a atitude do anterior, que responde por improbidade administrativa perante o Judiciário, envergonhando a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, presidindo os
trabalhos, Ver.ª Maria Celeste, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras,
senhoras e senhores, nós não podemos desconhecer, Ver. Wilton Araújo, Ver.
Pedro Américo Leal, que estamos vivendo em plena Semana Santa - hoje é
Quarta-feira Santa, amanhã é a Quinta-feira Santa. O que representaram esses
dias, na verdade, na história da cristandade? Na Quinta-feira, que é o dia de
amanhã, Cristo ceou com seus discípulos e foi preso lá no Monte das Oliveiras.
Na Sexta-feira ele foi levado, julgado rapidamente e executado, e eu acredito
que todos aqueles que participaram da execução de Cristo nós poderíamos chamar
de anticristos, porque, afinal, eles estavam naquele exato instante combatendo
uma idéia que nós todos aceitamos como uma idéia válida, que são as pregações
de Cristo, e que prevalecem por dois mil anos.
Ora,
parece que isso tinha terminado por aí, mas eis que, de repente, neste mês de
abril, mais um anticristo surgiu. Lá em Cuba, o Sr. Fidel Castro prendeu, no
dia 2 de abril, três cidadãos que cometeram alguma falha, de acordo com aquilo
que pensa o ditador e, em dez dias julgou e executou esses três cidadãos. Eu
posso fazer, perfeitamente, a comparação daquilo que eu julgo ser o anticristo,
que foram aquelas pessoas que julgaram e condenaram Cristo em apenas um dia,
dois dias, e aquelas pessoas que, agora, nos tempos modernos, estão ainda, de
forma terrível, julgando, condenando, executando pessoas em dez dias.
Mas
os anticristos não ficam por aí. Aqui em Porto Alegre eles estão presentes, e
eis que, de repente, um cidadão que vive embaixo baixo da ponte solicita
urgentemente socorro, porque ele está morrendo, ele está definhando e ele
precisa de uma ambulância do Município para apanhá-lo e levá-lo para um
hospital, e os anticristos desta Administração simplesmente fazem como costumam
fazer em todas as ocasiões: começam a usar subterfúgios para não atender o
cidadão, começam a fazer perguntas para não ir lá atender o cidadão. Enquanto
isso ele definha, definha, e somente resolvem buscar o moribundo no momento em
que a imprensa denuncia e, com medo da repercussão da notícia, os anticristos
deste Município mandam uma ambulância. Mas aí já é tarde demais, aí nada mais
pode ser feito! Esse é um relato, Ver. Pedro Américo Leal. Quantos relatos
poderiam ser feitos da mesma forma para dizer que, aqui, em Porto Alegre, os
anticristos estão presentes, disfarçados de cristãos, falseando as palavras de
Cristo para serem os seus representantes ou para passarem por seus
representantes? Mas são anticristos, são pessoas que continuam mentindo para
população, são pessoas que continuam, infelizmente, fazendo com que, na Semana
Santa, nós façamos uma reflexão, quando precisamos colocar cristãos de um lado,
anticristos de outro, para sabermos quem é que deve realmente dar as diretrizes
para uma sociedade melhor.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maristela Maffei está com a
palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente; Sr.ª Secretária,
companheira Maria Celeste; Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores,
voltamos ao período de Pauta, a quem está nos assistindo, tivemos aqui
Comunicações de Líder e, na continuidade, portanto, vou-me deter aos Projetos.
Parece um rompimento, até gostaria acompanhar o desenrolar das discussões, mas
vou-me deter aos processos que havia me organizado e, no final, quem sabe, a
gente “dá uma palhinha” para não deixarmos perder esse vigor, essa plenitude
que estava em discussão no nosso Plenário, que é a Casa do Povo. Portanto,
debates políticos, cada um com o seu ponto de vista, e nós estamos aí para
continuar fazendo esse trabalho.
E
o Projeto do Vereador e companheiro Campani, tem como propósito fazer de um dia
do ano da nossa Cidade um dia em que possamos aprofundar as discussões sobre os
resíduos sólidos. Vejam, estava lendo um artigo, esta semana, que diz que o
Brasil bateu o recorde mundial de reciclagem voluntária em 2002, segundo a
Associação Brasileira de Alumínios. Diz ainda que o perfil das pessoas que
fazem esse processo de reciclagem não é mais daquelas pessoas empobrecidas, mas
também de pessoas de classe média que foram, com o tempo, perdendo o seu poder
aquisitivo. Diz também que hoje as instituições, as escolas, os clube de mães,
enfim, as pessoas começam a tomar consciência de que a questão da reciclagem é
uma questão não apenas econômica, mas também um viés profundo e importante no
sentido de salvarmos o nosso planeta em relação à questão do lixo. Nós sabemos,
por exemplo, que o plástico leva, aproximadamente, quatrocentos anos para se
deteriorar. Isso é uma das grandes causas dos desastres ecológicos que ocorrem
quando há excesso de chuva, inundações. Portanto é um projeto importante. Porto
Alegre já tem um trabalho sério, é uma das capitais que mais tem trabalhado em
relação à questão ecológica e ambiental da nossa cidade - Ver. Wilton Araújo,
que presta atenção, neste momento, ao debate -, e nós realmente fazemos um trabalho
preocupados com essa questão.
Outro
Projeto que considero importante discutirmos - acho que todos, Vereadores e
Vereadoras, têm boa intenção no sentido da discussão, seja qual for o assunto -
é um Projeto que está nos deixando bastante preocupados, que é o do Ver. Vidal,
que tem suas preocupações, que, no mérito, tem razão - nós sabemos disso. Nós,
nos grandes centros urbanos, temos ainda o problema da violência, do assalto,
mas, com certeza, temos de voltar a discutir com profundidade que não é possível
ainda acharmos que temos de fechar o nosso Parque Farroupilha, a nossa
Redenção. Um dos trechos do Projeto cita que deveria ser fechado após as 22h,
não circularia nenhum carro, nenhuma pessoa dentro do Parque. Provavelmente,
ele se refere também ao carro da Brigada Militar. Eu acho que nós temos de,
respeitando, claro, a iniciativa do Vereador, buscar a Associação do entorno,
toda a sociedade, o Executivo, o Legislativo, para que a gente continue a
discutir.
Por
último, eu gostaria de dizer ao Ver. Pedro Américo Leal, sem entrar no mérito,
que a questão do Projeto em si, de ampliarmos também a questão de segurança no
Projeto da defesa do consumidor e dos direitos humanos, não seria problema. Só
que o debate foi dado quando o Vereador entra no mérito. E nós sabemos, Ver.
Cassiá Carpes, que o caos da Segurança no Estado foi estabelecido com certeza a
partir da questão do PDV - se o Vereador não sabe -, principalmente na área da
Educação e na área da Segurança, onde houve o maior índice de demissão voluntária,
entre aspas, porque os servidores foram levados a isso. Hoje, eles pedem pelo
amor de Deus, pedem socorro para voltar às suas antigas funções, porque estão
falidos e com certeza em muitas situações de miséria neste País, neste Estado e
nesta Cidade. Portanto, acho que é um tema que temos de discutir.
O
que estranhamos, Vereador, é que o problema da violência, nós encontramos em
todo o País. Agora, no Governo do PT, enquanto Governo do Estado, todos os dias
estava na primeira página do jornal Zero
Hora e hoje parece que não é assim. É isso que estranhamos. Hoje dobrou o
problema de assaltos no nosso Estado. Isso é uma constatação científica. O que
nós estranhamos é que o jornal Zero Hora
principalmente, não tem dado a atenção devida, como dava no Governo Olívio.
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou
tentar, rapidamente, neste pouco espaço de tempo, responder a todas as
colocações da oposição, que foram muitas. Em primeiro lugar, sobre a Saúde, eu
não vejo motivo para esse carnaval todo a respeito de a Prefeitura buscar um
recurso jurídico para uma greve que é sui
generis, que hoje atinge apenas o SIMERS e que começou em cima do Decreto
que tratava de exigir uma coisa que estava no contrato de trabalho. Começou com
isso e terminou com uma reivindicação de 100 a 150% de aumento de salário. Mas
isso é um absurdo! Ouvi, inclusive, a entrevista no programa Bom Dia Rio
Grande. Isso é um absurdo! Uma greve que, a todo tempo, foi mudando de pauta.
Isso é uma coisa que envergonha o movimento sindical sério. Então a atitude da
Prefeitura foi uma resposta, até porque o Ministério Público estava a exigir que
a Prefeitura fizesse alguma coisa, porque senão ele ia responsabilizar a
Prefeitura e o SIMERS, e a Prefeitura entrou pedindo a irregularidade desta
greve sui generis, uma greve que
prejudica os interesses dos menos favorecidos, os interesses das classes
populares. Então, a Prefeitura agiu de forma responsável contra uma greve que é
totalmente irresponsável, uma greve que começa com uma reivindicação e termina
com o absurdo - qualquer liderança sindical hoje sabe que isso é um absurdo, e
a sociedade e as pessoas sabem -, de pedir de 100 a 150%. Isso é uma
reivindicação, uma pauta que vai mudando ao longo da greve. Isso é um atentado
à inteligência das pessoas e aos interesses das classes menos favorecidas; isso
não vem em benefício da saúde. É contra essa situação que foi colocada a
ilegalidade da greve.
Segundo,
sobre a questão do Orçamento Participativo, eu me irritei com meu colega - e
até peço desculpas pelo tom - por duas inverdades que eu não aceito:
classificar com a linguagem chula a atuação da gente. Eu, quando não estava na
Câmara, não estava agitando por aí no Orçamento Participativo; eu estive
coordenando a CRC, coordenando o Orçamento Participativo. E também, depois que
eu vim para a Câmara, eu não abandonei o Orçamento Participativo. Só pode fazer
uma afirmação dessas quem não participa das instâncias do Orçamento
Participativo e não o conhece, porque, se fosse em algumas das reuniões que eu
fui, veria que eu estou lá, permanentemente, como cidadão, participando do
Orçamento Participativo.
Outra
coisa: nós nunca prometemos que o Orçamento Participativo seria a panacéia que
vai resolver todos os problemas. O Orçamento Participativo é um instrumento de
democratizar a elaboração da peça orçamentária. O Prefeito abre mão de sua
prerrogativa e convoca a população para discutir; ele não cria recursos. Agora,
ele faz uma coisa, sim, ele faz uma coisa, que é uma distribuição mais equânime
dos recursos da Cidade, uma inversão de prioridade. Eu convido os Vereadores a
visitar as vilas, porque, quem afirma que o Orçamento Participativo não trouxe
nenhum benefício para esta Cidade, não conhece a periferia da Cidade, porque,
se fossem à periferia, iriam ver investimentos que nunca foram para a
periferia, não só na pavimentação, mas também na área da educação e da saúde.
Iriam ver, também, que a cidade de Porto Alegre mudou a sua fisionomia depois
do Orçamento Participativo. Agora, é claro que não resolveu todos os seus
problemas. Eu poderia vir aqui e desfilar várias fotografias de problemas que
não foram resolvidos, mas negar a importância do Orçamento Participativo como
resultado concreto e como experiência de democracia, de democratização, como
experiência de gestão democrática, isso é um absurdo! Isso é menosprezar a
inteligência das pessoas, não só dos intelectuais e políticos do mundo inteiro,
que reconhecem a validade dessa experiência, mas isso é negar, é menosprezar a
inteligência das pessoas lá da vila, lá das comunidades mais simples, que
conquistaram direitos, que, historicamente, eram sonegados.
Por
último, quero falar sobre a questão da segurança: o Bisol vai deixar saudades,
e sabem por quê? O Bisol lutava por quatro pontos, que eram: combater a
corrupção da Polícia; exigir o cumprimento da Lei, e não o extermínio que está
sendo feito hoje à revelia da Lei; fazer a integração das Polícias, o que está
sendo copiado, hoje, pelo Secretário, e, por último, essa coisa de que nós
temos de respeitar a Lei. Eu desafio alguém que diga que o exercício da
atividade policial pode prescindir da questão da Lei, de cumprir a Lei e
observar os direitos humanos. Eu desafio alguém aqui, que é Vereador, e,
portanto, tem de zelar pelas leis, a me defender o contrário.
Quem
quase quebrou a Segurança foi o Britto, que é dos Partidos de V. Ex.ªs,
que tanto criticam; ele praticamente quebrou a Previdência com o PDV, e todo
mundo sabe disso, e ele é dos Partidos de V. Ex.ªs, que estão
criticando agora. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro, Ver. Dr. Goulart, a nossa solidariedade
aos médicos, aos dentistas, e o nosso repúdio a essa posição autoritária de um
Partido que tem um discursinho jeitoso de inclusão social e de democracia, mas
que é extremamente conservador e “fiscalista”. Nosso repúdio à atitude da
Prefeitura.
(Aparte
anti-regimental.)
E
“fiscalista”. Segundo, eu quero dizer, Ver. Zé Valdir, que eu fico com dó do
Secretário José Otávio Germano, porque ele é um advogado brilhante, mas, para
exercer o cargo de Secretário de Segurança depois do Bisol, teria de ser
arqueólogo, porque essa Secretaria ficou em ruínas. Ele não é arqueólogo; ele é
advogado. Aliás, a Frente Popular deixou em ruína... Essa herança maldita do
Palácio Piratini. Mas foram varridos e serão varridos do Paço Municipal daqui a
um ano e meio, não tenho dúvida disso.
Eu,
hoje, acessei, pela manhã, a coluna do Cláudio Humberto, e ele traz uma matéria
que é uma pérola. Diz o Cláudio Humberto que o Ministro José Graziano, aquele
que discrimina os nordestinos, gastou 1 milhão de reais, Ver. Cassiá Carpes, em
passagens aéreas, e mais 536 mil reais em hotéis luxuosos, especialmente nas
cidades nordestinas. Aí o colunista faz uma comparação, dizendo o seguinte,
Ver. Luiz Braz: “Os 45 mil reais e 250, distribuídos, entregues às famílias de
Acauan, em Guaribas, no Piauí... Esse valor gasto pelo Ministro José Graziano
significa trinta e três vezes mais do que o dinheiro que ele distribuiu para
essas famílias.” Diz mais o colunista: que o Sr. José Graziano... Agora está
claro, não funcionava o Programa, porque o Ministro José Graziano andava
ocupado em equipar o seu gabinete. Comprou, com o dinheiro das viúvas, aparelhos
de televisão de vinte e nove polegadas, vídeos Philco de sete cabeças, DVD com
toca-música em MP3 e frigobar, entre outras coisas. Então eu quero dizer que,
no dia em que se instalou nesta Casa o Programa Fome Zero, Ver. Isaac Ainhorn –
eu quero fazer esse contraponto -, ninguém, do ponto de vista moral, vai
combater esse tipo de projeto. Mas eu já disse nesta tribuna que, para mim, é
um projeto muito atrasado, porque há hoje, especialmente do Governo anterior,
outros aferidores sociais muito mais eficientes, por exemplo, o bolsa-escola.
Mas
o Governo réu, recauchutado, neoliberal do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva,
porque ele é uma cópia piorada do Governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso,
Ver. Isaac Ainhorn... Ele é uma cópia piorada, Ver. Isaac Ainhorn, porque é uma
cópia recauchutada. Na verdade, nesse programa, que é a “menina dos olhos” do
Governo, significa que, até este momento, o dinheiro gasto com as viagens do
Ministro Graziano, com os hotéis e com os equipamentos, é quarenta, cinqüenta
vezes maior do que o dinheiro para Piauí. E isso vem justamente, Ver. Dr.
Goulart, consubstanciar aquilo que nós temos dito aqui nesta Casa: nada mais
conservador do que um revolucionário quando chega ao Poder.
Este
Governo tem uma fachada populista, eu nem diria social, mas, na verdade, está
governando com a “catedral do capitalismo”, que é a FIESP! De vez em quando,
ele come um galetinho no ABC paulista, da Sadia, com os operários, mas a linha
do Governo é a linha que coloca oitenta e dois num “conselhão”, sendo quarenta
e dois empresários; quarenta e cinco de São Paulo, e 15% deles foram
patrocinadores da campanha do Presidente da República para fazer a reforma da
Previdência em cima do “vilão” do servidor, fazendo com que o servidor seja
vilão nessa história, porque assinaram um documento com o Fundo Monetário
Internacional pelo qual têm que fazer a reforma até julho, senão o dinheiro não
vem do FMI.
Esse
é o Governo que está aí, neoliberal, recauchutado! E nós precisamos aprofundar
este debate, Ver. Isaac Ainhorn. Nós temos história de luta e compromissos
sociais! Este Governo é um governo piorado da cópia do Governo Fernando
Henrique, porque elegeu o funcionário público como vilão dessa reforma.
Autonomia para o Banco Central, sobe juros, coloca no Banco Central aquele que
fez o escândalo de subir o mercado financeiro, que é o Sr. Henrique Meirelles!
Então,
portanto, Sr. Presidente, queremos deixar aqui que é evidente que nós queremos
combater a pobreza, a fome, mas não é com um programa dessa forma, dessa
condução que nós vamos chegar ao bom caminho! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, quero, desde logo, confessar que, quando imaginei vir à tribuna, eu
tinha, sinceramente, cogitado de falar sobre outro assunto. Não obstante, entre
a minha decisão de vir à tribuna e, no momento em que eu assomo a esta tribuna,
aconteceram alguns fatos nesta Casa que, sinceramente, eu não posso deixar
passar em brancas nuvens.
O
meu querido amigo Ver. Zé Valdir fez uma afirmação aqui, que eu achei
magnífica; ele disse que “não há possibilidade de se fazer segurança pública,
se trabalhar na Polícia, sem que haja o respeito à lei”. Fiquei muito
satisfeito em ouvir o Ver. Zé Valdir incluir essa afirmação numa defesa, num
panegírico que ele fazia ao Secretário Bisol, que oficializou o não-cumprimento
da lei aqui no Rio Grande do Sul, chancelando aquela barbárie que concorreu
aqui, próximo à Câmara, quando uma horda, estimulada por funcionários da
Segurança Pública, incendiou o painel dos 500 Anos; aqui! Os servidores do
gabinete do Secretário é que coordenavam o desrespeito à lei! E, na ocasião, o
PT, o Governo silenciou! E, agora, querem dizer que o Secretário Bisol foi um
extraordinário Secretário! Isso é um escárnio contra a consciência popular!
Todo o Rio Grande do Sul sabe que o Estado entrou nessa barafunda na área de
segurança pública por essa atuação desse grande filósofo, grande pensador,
grande jurista e péssimo Secretário de Segurança, que foi o José Paulo Bisol!
Todo o Rio Grande do Sul sabe! Não dá mais para “tapar o sol com a peneira” com
isso!
Nós
podemos vir aqui, Ver. Zé Valdir, discutir as excelências do Orçamento
Participativo, cada um gosta; outro não gosta! Eu tenho sustentado, ao longo do
tempo, que o Orçamento Participativo decide sobre muito pouca coisa, se é que
decide, porque a verdade é que as grandes decisões da Administração Municipal
de Porto Alegre, Ver. Isaac Ainhorn... V. Ex.ª, que está surpreso com o FMI
estar tão satisfeito com o Lula, mas o FMI está satisfeito inclusive com a
administração de Porto Alegre, que, nas grandes exceções, consulta sabe quem?
Não os delegados do Orçamento Participativo; consulta o BID! Está aqui,
palavras do Secretário de Obras do Município: (Lê.) “Inicialmente, a ligação da
Av. Aparício Borges com a Av. Teresópolis seria feita por meio de um viaduto.
Depois, chegou-se a cogitar a possibilidade de implantar uma passagem de nível,
semelhante à existente entre a Av. Protásio Alves e a Av. Carlos Gomes.” Agora,
Ver. Wilton Araújo, a Prefeitura estuda a construção de um túnel no local. A
proposta de alteração será encaminhada ao Banco Interamericano de
Desenvolvimento - o BID -, para análise dos técnicos. Então, onde está a
decisão? É ali na reunião do Orçamento Participativo, no Bairro Partenon? É ali
na reunião do bairro Teresópolis? Não, senhor, é lá em Washington, na reunião
do BID!
Ora,
isso aqui é o que estão dizendo há muito tempo, obras consistentes em Porto
Alegre só se fazem com recursos externos! Dizia aqui, quando falavam no
Fernando Henrique Cardoso: “Olhem, o Fernando Henrique paga as contas do País
para que vocês continuem tendo irrigadas as finanças do Município! Para
realizarem obras aqui!” E agora o novo governo que surge, o Governo Lula, ganha
elogios escancarados dos dirigentes do FMI, dirigentes do BID, dizendo que ele
saiu melhor do que a encomenda! Tudo isso nós podemos colocar,
Vereador-Presidente da Casa, no jogo político, na discussão política. Mas o que
eu não vou deixar passar “batido” nesta Casa é que, para tentar salvar a imagem
do Secretário desastrado da Segurança Pública do Rio Grande do Sul até dezembro
do ano passado, se volte àquele chavão: “Isso é culpa do PDV do Britto!” Ora, o
Britto, quando permitiu que os policiais saíssem, no plano incentivado de
demissões, simplesmente fez com que aqueles que estavam desmotivados a ficar na
Segurança Pública saíssem, fossem fazer outras coisas, porque polícia precisa
ser feita com respeito e com motivação. Quem não tiver motivação, não pode
servir na Segurança Pública.
Por
isso, Sr. Presidente, concluo dizendo: “Vamos devagar com o andor, senão o
santo cai.” Podem defender o Bisol! O Bisol é uma bandeira para alguns, mas não
venham com essa história de que a culpa foi do Britto. O Bisol foi um fracasso
na Secretaria de Segurança Pública, todo o Rio Grande sabe e todo o Rio Grande
afirma! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, para agilizar os
trabalhos, e esta é a vontade – tenho certeza – deste Plenário, requeiro que
entremos direto na votação; há até o entendimento com a oposição, para que
possamos limpar a pauta destes Vetos do Prefeito, ganhando ou perdendo, mas há
a necessidade, neste momento, para que possamos, na semana que vem, entrar com
os Projetos da Casa. Muito obrigado.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1883/02 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 113/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
autoriza o Executivo Municipal, através da Secretaria Municipal de Saúde, a
complementar o repasse da diária pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ao Hospital
Espírita de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela manutenção do Veto Total;
- da CEFOR. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela manutenção do Veto Total;
- da COSMAM. Relator Ver. Sebastião Melo: pela rejeição do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4.º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 18-03 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Cassiá Carpes, a discussão do
Veto do Prefeito ao PLL n.º 113/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, havia sido
encerrada. Em votação nominal o PLL n.º 113/02, com Veto Total. (Pausa.) (Após
apuração nominal.) APROVADO por 21
votos SIM, 08 votos NÃO; rejeitado o Veto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2545/02 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 148/02, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que
cria o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) no Município de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela rejeição do Veto Total;
- da CEFOR. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela manutenção do Veto Total;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Cassiá Carpes: pela rejeição do Veto Total;
- da COSMAM. Relator Ver. Beto Moesch: pela rejeição do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4.º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 18-03 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 148/02, com Veto
Total. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) (Após
apuração nominal.) APROVADO por 18
votos SIM, 08 votos NÃO; rejeitado o Veto.
(Obs.:
Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)
Visivelmente
não há mais quórum.
Agradeço
à presença de todos os Srs. Vereadores, agradeço pelo esforço concentrado para
terminarmos com a votação dos Vetos e iniciarmos vida nova.
Desejo
a todos os Vereadores, aos seus familiares e aos cidadãos porto-alegrenses uma
Feliz Páscoa. Saúde e paz.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h12min.)
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